Uma das principais características do mercado de ações é a volatilidade ― a variação de preços, que pode ocorrer de forma rápida. Muitos fatores podem causar a variação dos preços, alguns relacionados ao negócio ou ao setor. Além disso, instabilidade política e as incertezas de um ano eleitoral podem movimentar a bolsa.
Em 23 de junho de 2022, por exemplo, foi registrada a menor cotação do Índice Bovespa no ano, quando o indicador teve queda de 1,45% e fechou a 98.080 pontos. Entre os motivos para queda, além do cenário internacional, pesou o cenário político, após o governo acenar para a criação de auxílio para caminhoneiros e ampliar o vale-gás.
Os anúncios, em ano eleitoral, levantaram as preocupações do mercado em relação à capacidade de cumprimento de metas fiscais.
Então, com tanta instabilidade no mercado acionário, como investir em ações em ano de eleições?
A volatilidade observada no curto prazo não é motivo para deixar de investir no mercado acionário, analisa Alberto Amparo, head de análise internacional na Suno Research. Amparo ressalta que essa estratégia se aplica quando se trata de empresas sólidas e de investimentos pensando no longo prazo. Nesse caso, “foque nas empresas, e não nas ações”, explica o especialista.
Amparo lembra ainda o exemplo de Warren Buffet, grande investidor norte-americano. Aos 91 anos, com uma fortuna de mais de US$ 96 bilhões (aproximadamente R$ 503 bilhões), Buffet é o quinto homem mais rico do mundo, segundo o ranking da Forbes.
“O Warren Buffet começou a investir no meio da Segunda Guerra Mundial, em 1942, e as manchetes de jornal eram terríveis, o mercado era muito volátil, e as pessoas tinham medo de investir em ações. Só que o Buffet conseguiu identificar empresas sólidas, que independentemente do que estava acontecendo, ainda teriam sucesso ao longo do tempo”, disse Amparo.