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Diretora-gerente do FMI prevê crescimento morno no médio prazo e pede reformas

17 out 2024 - 11h24

Novas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram um futuro difícil para a economia global, marcado por um crescimento de médio prazo moderado, escalada de tensões comerciais e altos níveis de endividamento, disse a diretora-gerente da organização, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira.

Georgieva apresentou um quadro preocupante em um discurso antes das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial na próxima semana, mas disse que muito ainda pode ser feito para impulsionar o crescimento, reduzir a dívida e construir uma economia mais resistente.

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Ela alertou sobre a persistência dos preços altos que afetam desproporcionalmente os pobres e o potencial do conflito crescente no Oriente Médio para desestabilizar as economias regionais e os mercados globais de commodities.

Georgieva também expressou preocupação com o aumento dos gastos militares que afetam o financiamento disponível para outras prioridades, incluindo a ajuda aos países em desenvolvimento.

O protecionismo e as restrições comerciais crescentes estão fragmentando a economia global, limitando o crescimento do comércio e "jogando água fria em uma economia mundial já morna", disse Georgieva, que iniciou seu segundo mandato de cinco anos neste mês.

Ela disse que há algumas boas notícias, incluindo o recuo da inflação global e um retorno na direção da estabilidade de preços, com os mercados de trabalho esfriando de forma ordenada nos Estados Unidos e na Europa.

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Os EUA não estão em recessão, apesar do início dos cortes na taxa de juros do Federal Reserve, que desencadearam recessões nos últimos três ciclos, e as taxas de desemprego devem permanecer relativamente baixas, disse ela.

"Nossas previsões apontam para uma combinação implacável de baixo crescimento e alto endividamento - um futuro difícil", disse Georgieva.

Ela observou que o crescimento econômico não será suficiente para erradicar a pobreza mundial, criar o número de empregos necessários ou gerar as receitas fiscais exigidas para pagar as pesadas dívidas e financiar os investimentos.

A dívida pública alta e crescente tem tornado a perspectiva ainda mais preocupante, disse Georgieva, observando que um cenário adverso "severo, mas plausível" pode elevar a dívida em 20 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) acima da previsão atual.

Isso significa que os governos enfrentarão escolhas angustiantes sobre onde gastar recursos preciosos, e os desafios são ainda maiores nas economias emergentes.

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Para mudar o curso e estimular mais crescimento, os países precisam reduzir a dívida, reconstruir os amortecedores para o próximo choque, cortar gastos e aumentar a produtividade, disse ela.

A cooperação global é mais importante do que nunca, disse, citando os contínuos desafios comerciais, o aquecimento global e o rápido crescimento da tecnologia de inteligência artificial, que exige códigos regulatórios e éticos globais.

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