A fabricante de produtos de higiene e limpeza Bombril tem enfrentado, há mais de duas décadas, problemas financeiros que podem trazer riscos de falência. Recentemente, a empresa teve de recorrer a um empréstimo milionário para seguir em atividade.
No ano passado, a empresa passou por uma reformulação após a renúncia de parte dos executivos do alto escalão. Conforme noticiou o Estadão, na data da renúncia dos diretores da empresa, a dívida da Bombril somente com o Fisco superava R$ 5 bilhões.
Imaginou-se, que com o tamanho da dívida, a empresa fosse pedir recuperação judicial ainda no ano passado, mas a nova direção preferiu manter o “direcionamento estratégico em defesa de suas margens e do crescimento sustentável de seus volumes de vendas".
Atualmente, a Bombril tem – além da dívida com o governo – uma dívida bruta de R$ 401 milhões, com juros em torno de 24% ao ano. A maior parte da dívida (77%) vence em 12 meses. Essa urgência pelo pagamento fez a Bombril tomar um empréstimo de R$ 300 milhões para seguir suas operações, segundo informou a CNN Brasil em março deste ano.
Ao Terra, a empresa negou que a empresa esteja passando por crises, muito menos pelo risco de falir, e divulgou balanço positivo em 2022 (veja abaixo). A Bombril disse ainda que o empréstimo de R$ 300 milhões será destinado "apenas a melhorar a estrutura de empréstimos e financiamentos da empresa, substituindo linhas de créditos (sem pendências financeiras) por uma com menor taxa de juros e maior prazo de pagamento".
Início da crise
A Bombril lida com prejuízos desde o início dos anos 2000. A companhia se endividou e chegou a pedir administração judicial em 2003. O pedido foi acatado pela Justiça e durou até 2006. À reportagem, a empresa disse que o pedido não teve relação com dificuldades operacionais e nem financeiras, mas sim societária.
Durante anos, a marca ficou de fora das prateleiras dos mercados por problemas com sua produção. No entanto, nos últimos anos, a Bombril teve alguns bons resultados com a venda dos seus produtos.
Em comunicado divulgado em janeiro, a fabricante de produtos de limpeza disse que "o tamanho da dívida não está tão alto para o porte da empresa"
Fundada em 1948, em São Bernardo do Campo (SP), a empresa é responsável pela fabricação dos produtos de limpeza Limpol, Kalipto, Pinho Bril, Sapólio e Mon Bijou e as tradicionais esponjas. Atualmente, o presidente da Bombril é Ronnie Motta.
O que diz a bombril
Ao Terra, a Bombril negou que esteja passando por crises e divulgou números positivos do ano passado. "Reforçamos que a Bombril não está em vias de falência. Muito pelo contrário. Recentemente foi divulgado o balanço anual de 2022, validado por empresa de auditoria independente e arquivado na CVM, que trouxe resultados operacionais recordes, com faturamento superior a R$ 2,1 bilhões (+26,2% vs 2021), EBITDA inédito de R$ 190 milhões (+R$ 140 milhões vs. 2021) e uma reversão de Prejuízo Recorrente de (-R$ 68,3 milhões) em 2021 para um Lucro Recorrente de +R$ 27,5 milhões em 2022 (+R$ 95,8 milhões vs. 2021)".
Também ressaltou o fato de ter conseguido empréstimo como um sinal de saúde da empresa. "A aprovação da nova linha de crédito demonstra a significativa melhora da percepção de risco da Bombril pelos credores, dada a evolução consistente dos números divulgados ao mercado nos últimos trimestres e a confiança na estratégia e gestão da Companhia. Isso, mesmo num cenário de mercado externo mais conservador, dado a taxa juros elevada (SELIC) e incertezas das reformas necessárias para o país.
Comerciais
A Bombril também ficou conhecida por causa de seus famosos comerciais para a TV, que traziam o ator Carlos Moreno como garoto-propaganda da marca.
Uma das mais recentes inserções da marca trouxe até a cantora Ivete Sangalo para divulgar os produtos.
Relembre alguns comerciais:
