A Allianz Trade, seguradora de crédito comercial, atualizou recentemente a análise de risco do Brasil e prevê uma trajetória econômica moldada por fatores como riscos econômicos, de ambiente de negócios, políticos, comerciais e de financiamento. Prevê que o crescimento do PIB se mantenha em 2% de 2025 a 2028, sob pressão da incerteza fiscal e da sustentabilidade da dívida pública.
A Allianz Trade, seguradora de crédito comercial, atualizou recentemente a análise de risco do Brasil, realizada pelo time de economistas da Allianz Research, que considera fatores como: riscos econômicos, de ambiente de negócios, políticos, comerciais e de financiamento.
Para os economistas, a trajetória econômica do Brasil será moldada por uma combinação de fatores, tendo os gastos do consumidor como um dos principais impulsionadores do dinamismo econômico do Brasil, alimentados por uma forte base de consumidores e um mercado de trabalho relativamente apertado.
O documento lembra que os gastos reais do consumidor cresceram +1,1% no terceiro trimestre de 2023, apoiados por um aumento nas vendas de veículos automotores e pela queda das taxas de juros. No entanto, pondera que o potencial para pressões inflacionárias se aproxima em meio ao crescimento dos salários e à inflação persistente dos serviços.
“Depois de atingir 4,6% em 2023, espera-se que a inflação continue desacelerando gradualmente e convergindo para a meta de 3% até 2025. Como as pressões inflacionárias no Brasil diminuíram, o Banco Central do Brasil (BCB) iniciou um ciclo de flexibilização monetária em agosto de 2023. Esperamos que os cortes nas taxas de juros persistam até o segundo semestre de 2024, antes de uma pausa projetada em 9,75%”, afirmam os autores do estudo.
Consequentemente, os economistas estimam que o crescimento do PIB do Brasil atinja +2,0% em 2024. No médio prazo, espera-se que o crescimento seja, em média, de cerca de +2% de 2025 a 2028, com potencial para um viés de alta se o país mantiver o rumo das reformas significativas destinadas a aumentar a produtividade.
Incerteza fiscal e sustentabilidade da dívida pública
A análise contextualiza ainda que em 2020 o Brasil enfrentou um grave desafio fiscal com seu maior déficit em quase duas décadas, atingindo -11,9% do PIB, em grande parte devido às medidas contra a Covid-19. Embora as condições fiscais tenham melhorado em 2021-2022, as políticas expansionistas do novo governo em 2023 levaram a um déficit projetado de 7,1% do PIB.
A dívida pública, que atingiu o pico de 96,0% em 2020, caiu para 85,3% em 2022, mas os economistas da Allianz Trade acreditam que ela aumente novamente para 92,4% em 2025. Para os especialistas, apesar da nova estrutura fiscal e da revisão das regras de gastos em 2023, persistem as preocupações com projeções otimistas de receita e possíveis gastos excessivos.
“Alcançar um orçamento equilibrado até 2024 é um desafio e a relação dívida pública/PIB deve chegar a 86% até 2028, o que representa riscos macroeconômicos, embora a dívida externa permaneça relativamente baixa. Os desafios incluem políticas expansionistas, otimismo na projeção da receita e o ônus da dívida pública”, finalizam.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.