A dívida bruta do Brasil continuou sua trajetória de queda em janeiro, quando o setor público consolidado registrou um forte superávit primário, mostraram dados do Banco Central nesta terça-feira.
A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou janeiro em 73,1%, o menor nível desde junho de 2017, quando atingiu 72,7%. Em dezembro, a dívida ficou em 73,4% do PIB.
A redução foi influenciada principalmente pelo crescimento do PIB nominal, seguido de resgates de dívida líquida, que são afetados por números positivos do saldo orçamentário. O Tesouro Nacional divulgará seu resultado mensal da dívida ainda hoje.
O setor público consolidado registrou um superávit primário de 99,013 bilhões de reais no primeiro mês do ano, em linha com expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters.
No entanto, o valor foi inferior ao superávit de 101,8 bilhões de reais do mesmo mês no ano passado.
O desempenho foi impulsionado principalmente pelo superávit de 79,4 bilhões de reais do governo central, auxiliado por receitas recordes no mês.
Estados e municípios registraram superávit primário de 21,8 bilhões de reais, enquanto as estatais tiveram déficit de 2,2 bilhões de reais, informou o Banco Central.
Apesar dos dados positivos, a perspectiva para 2023 é de forte déficit primário, agravado depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu a aprovação do Congresso para um pacote de gastos multibilionários para cumprir promessas de campanha.
O governo sinalizou que buscará reduzir o déficit fiscal, inclusive por meio da reoneração de combustíveis anunciada pelo Ministério da Fazenda na segunda-feira.