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Dólar avança frente ao real após relatório de emprego misto nos EUA

10 mar 2023 - 09h07
(atualizado às 11h54)

O dólar subia acentuadamente frente ao real nesta sexta-feira, recuperando terreno após forte baixa no começo na semana, com investidores digerindo um relatório de emprego misto dos Estados Unidos e monitorando o noticiário envolvendo o novo arcabouço fiscal do Brasil.

Mulher manuseia notas de dólar
30/05/2022 REUTERS/Dado Ruvic
Mulher manuseia notas de dólar 30/05/2022 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Às 11:27 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 1,23%, a 5,2038 reais na venda.

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Com esse movimento, o dólar mais que compensava a queda de 1,05% registrada na quarta-feira, que muitos operadores haviam atribuído a um ajuste técnico pontual. Na quinta, a moeda norte-americana fechou praticamente estável.

Na B3, às 11:27 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,66%, a 5,2250 reais.

A abertura de vagas fora do setor agrícola norte-americano totalizou 311 mil empregos no mês passado, mostrou relatório do Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam a abertura de 205 mil empregos.

Apesar da forte criação de empregos, houve arrefecimento na taxa mensal de aumento dos salários, enquanto o desemprego subiu em relação a janeiro.

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"Pelo fato de o relatório ter vindo com informações mistas, e pelo fato de que ainda indica um mercado de trabalho apertado por lá, acho que não exclui a chance de uma alta de 50 pontos-base na reunião deste mês" do comitê de decisão de juros do Federal Reserve, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. "Por isso a gente continua vendo o dólar subindo."

No exterior, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes passou a cair acentuadamente na esteira dos dados de emprego, com investidores estrangeiros aparentemente dando mais atenção ao arrefecimento da renda e ao aumento do desemprego do que à criação de vagas robusta.

Nesta semana, o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, afirmou que o Fed está disposto a adotar altas de juros mais agressivas, de 0,50 ponto percentual, caso encontre novas evidências de que a economia não está arrefecendo o suficiente para reduzir a inflação. Isso, por sua vez, impulsionou o dólar globalmente nos últimos dias.

Enquanto isso, investidores seguem na expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal do Brasil, previsto para este mês. Na véspera, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que seu desenho "vai agradar a todos, inclusive o mercado".

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"Ainda que os investidores alimentem expectativas positivas em relação ao futuro das propostas, não se pode também desenhar um cenário de 'goldilocks' (cachinhos dourados, jargão financeiro para medida perfeita), pois, afinal, ainda não existe nada de concreto a ser apresentado para o mercado", alertou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um aceno a mais gastos do governo nesta sexta-feira, ao dizer que confia na capacidade do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de "arrumar" o dinheiro necessário para investimentos.

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