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Dólar cai 0,77% frente ao real com dado fraco dos EUA

A perspectiva de maior liquidez global e rigor fiscal no Brasil também contribuiu para o recuo da divisa americana

27 jan 2015 - 18h32
<p>O dólar recuou 0,77% a R$ 2,5706 na venda. Foi a quarta sessão seguida em que a divisa fecha abaixo de R$ 2,60</p>
O dólar recuou 0,77% a R$ 2,5706 na venda. Foi a quarta sessão seguida em que a divisa fecha abaixo de R$ 2,60
Foto: Gary Cameron (UNITED STATES - Tags: BUSINESS POLITICS) - RTR4E73P / Reuters

O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira após números fracos sobre as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos levantarem dúvidas sobre o momento em que o Federal Reserve, banco central americano, começará a subir os juros no país.

O dólar recuou 0,77% a R$ 2,5706 na venda, após alcançar R$ 2,5996 na máxima do dia e R$ 2,5655 na mínima. Foi a quarta sessão seguida em que a divisa fecha abaixo de R$ 2,60. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,7 bilhão (aproximadamente R$ 4,40 bilhões).

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A perspectiva de maior liquidez global e rigor fiscal no Brasil também contribuiu para o recuo da divisa.

"Houve um alívio global com os dados americanos e o mercado aqui espelhou esse movimento. Mas a verdade é que o dólar pode voltar (a subir) amanhã, se o Fed se mostrar firme", explicou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.

Fed recua dólar

O núcleo das encomendas de bens de capital nos EUA recuou inesperadamente em dezembro, segundo dados divulgados na véspera da decisão de política monetária do Fed.

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A quantia elevou os temores de que a desaceleração do crescimento global e a queda dos preços do petróleo estejam prejudicando a maior economia do mundo e levou o dólar a ampliar as perdas frente a outras moedas, como o euro.

"Quando sai um dado ruim sobre os Estados Unidos um dia antes da reunião do Fed, o mercado assusta", resumiu o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Economistas ouvidos pela Reuters vêm mantendo a projeção de que o aperto monetário dos Estados Unidos terá início em meados deste ano, mas uma série de indicadores econômicos fracos tem alimentado, nos mercados financeiros, apostas de que isso poderia acontecer mais tarde.

Quanto mais tempo o Fed levar para aumentar os juros, maior será o incentivo para que investidores busquem aplicações mais rentáveis em mercados emergentes, como o brasileiro.

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Europa e ajustes no Brasil

Nas últimas sessões, o apetite por ativos brasileiros também vem sendo alimentado por expectativas de que parte dos recursos injetados na economia europeia pelo novo programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE) migre para o Brasil, em busca de rendimentos elevados.

As medidas de ajuste fiscal adotadas desde o fim do ano passado também têm agradado investidores e contribuído para levar o dólar abaixo de R$ 2,60. "O mercado parece estar cada dia mais tranquilo", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,5 milhões.

O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 85% do lote total.

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