O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (27), mantendo a tendência das últimas quatro semanas, com o mercado testando o novo piso de R$ 3 para a moeda, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, demore mais para iniciar seu processo de elevação dos juros.
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A moeda americana caiu 1,13%, a R$ 2,9217 na venda, após recuar 1,25% na última sexta-feira (24). Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 4,1 bilhões).
A recente tendência de queda da moeda americana ante o real, reflete um cenário político local mais tranquilo e dados econômicos mostrando uma recuperação mais lenta que o esperado. Isto pode levar o Fed a adiar o início do aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.
"Ainda tem um eco em relação à questão política local que está mais tranquila. Além disso, o dólar ficou ao redor de R$ 3,10 por um tempo até conseguir romper os R$ 3 a duras penas. Agora está se sustentando abaixo (dos R$ 3) e pode buscar os R$ 2,90", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
No entanto, a negociação da divisa abaixo dos R$ 2,90 deve encontrar mais resistência, uma vez que, apesar do otimismo com a situação política local, muitas medidas fiscais ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional.
"Para cair mais tem que ter bases mais sólidas, mais definições com relação à política fiscal, por exemplo. Se tiver uma queda abaixo dos R$ 2,90 vai ser mais especulação do que qualquer outra coisa", explicou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Na próxima quarta-feira (29), os Estados Unidos divulgarão os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pela manhã e, à tarde, acontece o anúncio da decisão de política monetária pelo Fed.
"A visão de que a economia dos EUA retornou a um caminho de crescimento forte o suficiente para permitir ao Fed iniciar a normalização da política monetária tem sido desafiada por uma série de dados decepcionantes. Isto vai culminar com a primeira estimativa do PIB do primeiro trimestre, em 29 de abril", disse a Brown Brothers Harriman, em relatório a clientes.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilhões. Até o momento, a autoridade monetária já rolou um pouco mais de 86% do lote total.