O dólar recuou mais de 1% nesta segunda-feira, após nova pesquisa de intenção de votos apontar liderança de Aécio Neves (PSDB) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais.
A moeda americana caiu 1,27%, a R$ 2,3927 na venda, após alcançar R$ 2,3805 na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 800 milhões.
"Cada vez mais, está ficando aparente que o Aécio está chegando ao segundo turno em uma posição relativamente boa", disse o economista da Lerosa Investimentos Carlos Vieira.
Pesquisa do Instituto Sensus divulgada no fim de semana mostrou Aécio, preferido pelos mercados por prometer uma política econômica mais ortodoxa, com 58,8% dos votos válidos, contra 41,2% de Dilma.
Segundo operadores, o levantamento poderia sugerir que o tucano pode crescer também em pesquisas do Datafolha e do Ibope, que são mais acompanhadas pelo mercado. Os próximos levantamentos desses institutos devem ser divulgados ainda nesta semana.
"É uma questão de expectativas. Mesmo se a pesquisa não for muito precisa, as chances de ele (Aécio) ter ganhado força aumentaram", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, para quem o mercado de câmbio deve continuar volátil nas próximas semanas, ainda sensível à corrida eleitoral.
A percepção de que o candidato do PSDB estaria em trajetória positiva ganhou mais força após a candidata derrotada do PSB, Marina Silva, declarar apoio a Aécio. Marina teve cerca de 20% dos votos válidos no primeiro turno, que poderiam fazer a diferença na campanha.
A queda do dólar no exterior também ajudou o mercado brasileiro, após autoridades do Federal Reserve afirmarem durante o fim de semana que, dependendo da economia global, o banco central americano pode demorar mais para que os juros sejam elevados.
"As preocupações com a fraqueza do crescimento global progrediram ao ponto em que estão começando a beneficiar os mercados emergentes de câmbio e juros", escreveram analistas do Credit Suisse em nota a clientes, explicando que isso se deve às demonstrações de que o Fed está atento à "desaceleração na Europa e seu impacto sobre o dólar".
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair à maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em outros países, como o Brasil. Nesta sessão, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que continua vendo o início de 2016 como o momento provável da primeira alta dos juros.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,3 milhões.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.