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Dólar cai 1,30% ante real com cena externa e eleições

"Isso é um cessar-fogo, não é o fim de todos os problemas", afirmou gerente de câmbio

17 out 2014 - 18h30
(atualizado às 18h30)
<p>Moeda americana caiu 1,30%, a R$ 2,43 na venda, após acumular alta de 3% nos três pregões anteriores</p>
Moeda americana caiu 1,30%, a R$ 2,43 na venda, após acumular alta de 3% nos três pregões anteriores
Foto: Siphiwe Sibeko (SOUTH AFRICA - Tags: BUSINESS POLITICS) / Reuters

O dólar recuou mais de 1% ante o real nesta sexta-feira, depois de subir nas três sessões anteriores, diante do alívio no cenário internacional e à avaliação de que o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) teria tido desempenho melhor do que Dilma Rousseff (PT) em debate da véspera.

A moeda americana caiu 1,30%, a R$ 2,43 na venda, após acumular alta de 3% nos três pregões anteriores. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 950 milhões.

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Nesta semana, a divisa acumulou alta de 0,37% e, segundo analistas, a pressão externa não deve acabar tão cedo. Além disso, a volatilidade eleitoral deve continuar sendo a regra na próxima semana.

"Isso é um cessar-fogo, não é o fim de todos os problemas", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Ao fim de uma semana marcada por profunda aversão ao risco, o dólar enfraquecia em relação a diversas moedas, como os pesos chileno e mexicano. Segundo analistas, a correção foi desencadeada por uma série de boas notícias e que reduziram o pessimismo com a economia global, como dados econômicos dos Estados Unidos na véspera.

Nesta sessão, a alta do início de construção de moradias nos Estados Unidos alimentou o tom positivo.

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"Tivemos um exagero no pessimismo nos últimos dias que está sendo corrigido hoje, tanto aqui quanto lá fora", afirmou o analista da Brasif Gestão André Santoro.

Operadores afirmaram que o movimento foi mais intenso aqui do que lá fora porque a aproximação do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorre em pouco mais de uma semana, tende a acentuar as oscilações do câmbio.

Investidores também repercutiam o debate presidencial da véspera. A discussão entre Dilma e Aécio, preferido pelos mercados por prometer uma política econômica mais ortodoxa, foi a mais agressiva da campanha, com ataques generalizados de ambos os lados.

De maneira geral, operadores consideraram o desempenho do tucano melhor que o de Dilma. Segundo o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, isso pode não se traduzir em um número expressivo de votos, mas numa disputa acirrada, "todo voto conta".

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Nas últimas pesquisas Datafolha e Ibope, os dois candidatos apareciam em empate técnico nas intenções de voto. Outros levantamentos são esperados para os próximos dias.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 1º de junho e 1,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,6 milhões.

O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 58% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

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