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Dólar cai mais de 1% em meio a correção em mercados globais

Moeda norte-americana chegou a ultrapassar 5,86 reais no início da sessão de segunda-feira

6 ago 2024 - 09h14
(atualizado às 11h23)
Às 9h45, o dólar à vista caía 1,3%, a 5,6665 reais na venda.
Às 9h45, o dólar à vista caía 1,3%, a 5,6665 reais na venda.
Foto: Reuters

O dólar recuava frente ao real nesta terça-feira, devolvendo os ganhos da véspera e caindo abaixo de 5,70 reais, conforme investidores demonstravam mais calma após a enorme aversão ao risco que marcou a sessão anterior.

Às 9h45, o dólar à vista caía 1,3%, a 5,6665 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,88%, a 5,6855 reais na venda.

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Na sessão de segunda-feira, uma enorme aversão ao risco marcou as negociações globais pela manhã, em meio a temores de uma recessão nos Estados Unidos devido a dados fracos de emprego na semana passada e balanços corporativos decepcionantes.

A busca por ativos considerados seguros provocou o enfraquecimento de moedas de país emergentes, incluindo, para além do Brasil, México, África do Sul, Chile e Colômbia.

Ao longo do dia, no entanto, dados mais positivos vindos da maior economia do mundo e falas apaziguadoras de autoridades de bancos centrais contribuíram para um processo de abrandamento das preocupações dos investidores, com várias cotações desacelerando suas quedas do início da sessão.

Números do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) mostraram que o setor de serviços dos EUA expandiu em julho, com seu índice de gerentes de compras (PMI) do setor não manufatureiro aumentando para 51,4 no mês passado, de 48,8 em junho.

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Além disso, uma autoridade do Federal Reserve, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse na segunda que, embora os dados de emprego dos EUA tenham sido mais fracos do que o esperado, não parece haver uma recessão no país.

Operadores esperam 110 pontos-base de afrouxamento este ano por parte do Fed, precificando uma chance de 80% de um corte de 50 pontos-base em setembro. Eles haviam precificado totalmente um corte desse tamanho na segunda-feira.

Com isso, o dólar, que chegou a ultrapassar 5,86 reais no início da sessão anterior, desacelerou sua alta e encerrou o dia cotado a 5,7414 reais na venda, com avanço de 0,53%.

Nesta manhã, os índices acionários subiam, em negociações voláteis, e o dólar retomava sua força global.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,22%, a 103,100

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"Hoje tem essa correção de mercado depois da alta de ontem... Com certeza vamos ficar de olho nos próximos dados da economia norte-americana", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Outro fator negativo para as moedas emergentes nas últimas semanas, o iene perdia força pela primeira vez neste mês, após acumular uma série de ganhos frente ao dólar com a reversão das operações de "carry trade", quando investidores retiravam seus recursos do Japão para aplicar em países de juros mais altos.

Essa reversão foi provocada pela perspectiva de aumentos de juros pelo Banco do Japão, o que passou a ser concretizado na semana passada, quando a instituição elevou sua taxa de juros para 0,25%.

O dólar tinha alta de 0,25% em relação ao iene, a 144,53.

A moeda norte-americana se enfraquecia ante o peso chileno e ficava estável frente ao peso colombiano e o rand sul-africano.

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No cenário nacional, o mercado ainda analisava a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, em que as autoridades decidiram manter a Selic em 10,50% ao ano pelo segundo encontro consecutivo.

No documento, o BC disse que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado, enfatizando que há mais riscos de alta da inflação, com "vários membros" do Copom enfatizando a assimetria do balanço de riscos.

A perspectiva de manutenção ou aumento de juros no Brasil, diante de possíveis cortes no Fed, é positivo para o real em teoria, uma vez que um maior diferencial de juros entre os dois países tende a enfraquecer o dólar com operações de "carry trade" em direção ao Brasil.

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