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Dólar cai mais de 3% na mínima ante real com otimismo externo

2 jun 2020 - 12h59

O dólar chegou a cair mais de 3% contra o real nesta terça-feira, bem mais do que devolvendo os ganhos da véspera, em meio a otimismo global em relação a uma recuperação econômica, ainda que tensões políticas em Brasília e nos Estados Unidos continuem no radar.

10/09/2015
REUTERS/Ricardo Moraes
10/09/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O real tinha o melhor desempenho entre as principais moedas nesta sessão.

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Às 12:51, o dólar recuava 2,90%, a 5,2279 reais na venda. Na mínima do dia, a divisa caiu 3,20%, a 5,2120 reais.

Na B3, o dólar futuro caía 2,69%, a 5,2310 reais.

O dólar à vista fechou o pregão da véspera em alta de 0,82%, a 5,3843 reais na venda.

A sessão desta terça-feira era marcada por apetite por risco no exterior, uma vez que a reabertura gradual das principais economias e a desaceleração da curva de contágio por Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos elevavam esperanças de recuperação ante a crise atual.

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Outras divisas arriscadas mostravam movimento de valorização, com dólar australiano, peso mexicano, rand sul-africano e lira turca subindo bem mais de 1% cada. O real, porém, liderava com folga os ganhos no dia, depois de ter sido lanterna na véspera.

Outros mercados de risco ganhavam terreno, com o principal índice das ações brasileiras superando os 90 mil pontos, nas máximas em 12 semanas, e os índices acionários norte-americanos Dow Jones e S&P 500 renovando picos em três meses.

"Mesmo com (toda a inquietação social nos Estados Unidos), os investidores focam a atenção aos ciclos de reabertura e retomada da atividade econômica em diversas localidades e os possíveis efeitos no curto prazo, principalmente no verão do hemisfério norte", escreveram analistas da Infinity Asset.

Mas, segundo a Infinity, a agitação política deve continuar no radar dos mercados no curto prazo, nos EUA e no Brasil. "Eis que novamente a política exerce poder sobre o mercado e, tanto aqui quanto nos EUA, deve ser o foco nas próximas semanas, devido ao imbróglio político local e à série de protestos que podem enfraquecer (o presidente dos EUA, Donald) Trump."

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No Brasil, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou na noite de segunda-feira o pedido feito por partidos políticos para que o telefone celular do presidente Jair Bolsonaro fosse apreendido no âmbito do inquérito que investiga se ele tentou interferir politicamente na Polícia Federal. Celso de Mello, contudo, fez um alerta ao presidente de que descumprir ordens judiciais implica crime de responsabilidade.

Tensões recentes entre os poderes Executivo e Judiciário foram apontadas por analistas como fator de impulso para o dólar, que ainda acumula alta de mais de 30% contra o real em 2020. As incertezas políticas, somadas a um ambiente de juros baixos e crescimento fraco, prejudicam as perspectivas de investimento estrangeiro no Brasil.

Ainda assim, a moeda norte-americana já teve perdas significativas desde que ficou a poucos centavos de bater a marca de 6 reais, em meados de maio.

Entre a máxima intradia alcançada em 14 de maio (5,9725 reais) e a mínima desta terça-feira (5,2120 reais), a cotação cedeu 12,73%.

O Banco Central vendeu nesta terça todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem do vencimento julho de 2020.

(Edição de José de Castro)

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