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Dólar cai para R$ 2,63 e fecha semana em queda de 1,99%

A divisa dos EUA recuou 1,25%, a R$ 2,6390 na venda, após atingir R$ 2,6270 na mínima da sessão

9 jan 2015 - 17h32
<p>As informações da BM&F mostram um giro financeiro em torno de US$ 2 bilhões</p>
As informações da BM&F mostram um giro financeiro em torno de US$ 2 bilhões
Foto: Gary Cameron / Reuters

O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real pelo segundo dia seguido nesta sexta-feira, após a inesperada queda dos salários nos Estados Unidos em dezembro reforçar apostas de que o Federal Reserve, banco central americano, vai ser "paciente" para elevar os juros.

A divisa dos EUA recuou 1,25%, a R$ 2,6390 na venda, após atingir R$ 2,6270 na mínima da sessão. Com isso, a divisa fechou a semana em queda de 1,99%. As informações da BM&F mostram um giro financeiro em torno de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 5,32 bilhões).

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"Está claro que o mercado não precisa se preocupar com a alta dos juros (nos EUA) por pelo menos alguns meses", disse Reginado Siaca, superintendente de câmbio da corretora Tov.

Apesar de a criação de postos de emprego nos EUA ter superado as expectativas de analistas em dezembro, os salários surpreendentemente recuaram no período. Os novos dados reforçaram a perspectiva de que o Fed pretende ser "paciente" ao elevar os juros, como prometeu em seu último comunicado de política monetária.

Fed perto do zero

O banco central americano tem mantido a taxa básica de juros perto de zero desde dezembro de 2008. E, ao elevar as taxas, poderia atrair recursos para os EUA que hoje estão em outros mercados, como o brasileiro, afetando o fluxo cambial.

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Essa percepção foi reforçada por declarações de Charles Evans, presidente do Fed de Chicago (ao todo são 12 unidades distritais do banco nos EUA). Ele reiterou que a inflação está muito baixa e que a alta dos juros deveria acontecer só no ano que vem. Segundo ele, o Fed teria de ver os salários crescerem mais para cumprir sua meta de inflação.

"A grande pergunta agora é se os números de emprego são bons o suficiente para o Fed ou não. Ouvindo Evans falar, eu diria que não", afirmou Pedro Tuesta, economista da 4Cast.

As medidas adotadas até agora pelo governo têm agradado os mercados, que vinham criticando a condução da política fiscal
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Mas outros integrantes do banco central norte-americano se mostraram menos negativos. O presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, minimizou a queda dos salários como "possivelmente ruído", mas afirmou que os números sobre emprego não são suficientes para adiantar o aperto monetário.

Governo brasileiro agrada mercado

Investidores também seguiram atentos às perspectivas para a política fiscal brasileira, porque querem ver mais medidas concretas que garantam o cumprimento da meta de superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

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As medidas adotadas até agora pelo governo têm agradado os mercados, que vinham criticando a condução da política fiscal em meio ao quadro de inflação alta e crescimento baixo. Mas operadores consideravam a meta fiscal difícil.

"É um número (meta de primário) razoavelmente austero. (O governo) vai precisar ter sangue frio", disse uma operadora de um banco internacional, destacando que o ajuste fiscal deve pressionar ainda mais a atividade econômica.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a US$ 10,405 bilhões.

Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 28% do lote total.

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