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Dólar dá continuidade a escalada e se aproxima de R$2,90

12 fev 2015 - 09h33

O dólar deu continuidade à escalada das últimas sessões e subiu mais de 1 por cento nesta quarta-feira, aproximando-se de 2,90 reais, pressionado por preocupações com a possibilidade de a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do Brasil provocar um rebaixamento da dívida soberana do país.

Notas de 1 dólar sendo inspecionadas em Washington. 14/11/2014
Notas de 1 dólar sendo inspecionadas em Washington. 14/11/2014
Foto: Gary Cameron / Reuters

Por isso, o real mostrou desempenho pior do que grande parte de seus pares, que sofreram diante das incertezas sobre o futuro da Grécia na zona do euro.

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A moeda norte-americana subiu 1,33 por cento, a 2,8742 reais, maior nível de fechamento desde 19 de outubro de 2004. Na máxima da sessão, a divisa alcançou 2,8834 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,9 bilhão de dólares.

"O dólar está sem defesa", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Aqui dentro está uma confusão e lá fora não ajuda, então o mercado puxa".

A forte queda das vendas no varejo brasileiro apurada em dezembro em relação a novembro foi o mais recente item adicionado à lista de notícias negativas sobre a perspectiva econômica doméstica.

Investidores temem que a atividade econômica fraca possa levar o governo a voltar atrás em seus passos em direção a uma política econômica mais ortodoxa, defendida pela equipe econômica encabeçada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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Essa preocupação se somou aos temores dos agentes financeiros advindos dos mercados externos, principalmente àqueles relacionados à possibilidade de o impasse em torno da dívida da Grécia provocar a saída de Atenas da zona do euro, golpeando a já frágil economia europeia.

Operadores também afirmaram que a escalada do dólar desencadeou uma série de operações de compra automática de divisa, montadas por investidores vendidos para limitar suas perdas ("stop-loss"), o que acelerava o ritmo da apreciação.

"Não bastasse todos os fundamentos, o fator técnico também está desfavorável (ao real)", disse o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.

A alta do dólar, por sua vez, elevou a pressão por uma definição do futuro das atuações diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar "pelo menos" até o fim de março.

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"O mercado pressiona porque, em algum momento, o BC vai ter que se posicionar", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais pelas rações diárias, com volume correspondente a 98 milhões de dólares. Foram vendidos 1.690 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 310 contratos para 1º de fevereiro de 2016.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 48 por cento do lote total.

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