O dólar fechou em alta sobre o real nesta quinta-feira, em linha com o desempenho da moeda norte-americana em outros mercados diante de preocupações com a economia europeia. O movimento foi contido pela percepção de que os juros nos Estados Unidos não vão subir tão cedo, reiterada na véspera pela ata da reunião passada do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Além disso, a constante vigilância do Banco Central brasileiro mantém o dólar na banda informal de R$ 2,20 e R$ 2,25. A divisa dos Estados Unidos avançou 0,24%, a R$ 2,2224 na venda, após duas sessões de liquidez reduzida devido ao jogo do Brasil contra a Alemanha pelas semifinais da Copa do Mundo e ao feriado em São Paulo. Segundo dados da BM&F, o volume financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões.
"É só olhar para fora e ver notícias ruins que o mercado se assusta aqui. E hoje foi um dia de bastante mau humor no exterior", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel. Os investidores reagiram ao mau resultado da produção industrial da Itália, que registrou a maior queda mensal desde novembro de 2012. Pesou ainda o temor sobre o Banco Espírito Santo, maior banco listado de Portugal, em meio a crescentes preocupações de que problemas financeiros em empresas holdings da família fundadora impactem o banco.
Neste contexto, o dólar subia contra outras moedas, como o euro e o peso mexicano. Mas "é improvável que vejamos altas fortes (do dólar no Brasil), porque tivemos algum alívio com a ata do Fed e o BC continua sempre atento", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Na véspera, o Fed reconheceu o recente fortalecimento da economia norte-americana, mas indicou que é improvável que eleve as taxas de juros até o segundo semestre de 2015.
Mesmo com o movimento desta sessão, o dólar continuou assentado dentro da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25. Boa parte do mercado acredita que os níveis agradariam o BC pois não são inflacionários e não prejudicam as exportações. Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Todos os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015 e correspondem a US$ 198,8 milhões. Também foram ofertados swaps para 1º de junho, mas nenhum foi vendido. Em seguida, vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou pouco mais de 18 por cento do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.
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