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Dólar fecha em alta após bater em R$3 durante a sessão

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,3 bilhão

4 mar 2015 - 17h34

<p>A moeda americana avançou 1,80%, a R$ 2,9807</p>
A moeda americana avançou 1,80%, a R$ 2,9807
Foto: Marcelo Del Pozo / Reuters

O dólar subiu nesta quarta-feira (4) e chegou a bater R$ 3 pela primeira vez em mais de dez anos, embalado pela decisão do presidente do Senado de rejeitar Medida Provisória que trata de desonerações tributárias, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas brasileiras.

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A moeda americana avançou 1,80%, a R$ 2,9807 na venda, maior patamar de fechamento desde 19 de agosto de 2004, quando atingiu R$ 2,987. Na máxima da sessão, o dólar atingiu R$ 3,0010, maior nível intradia desde 18 de agosto de 2004.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,3 bilhão (aproximadamente R$ 6,85 bilhões).

A escalada desta sessão levou o JPMorgan a encerrar sua recomendação de apostar na queda do euro em relação ao real.

"Reconhecemos os riscos de uma recomendação tática em meio a acentuado risco no caso de uma moeda que, no longo prazo, está supervalorizada", escreveram os analistas Diego Pereira e Holly Huffman em nota a clientes.

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O gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, resumiu: "ninguém sabe onde vai parar, é uma barbárie".

Surpresa do Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), surpreendeu o governo federal ao rejeitar a medida provisória (MP) 669, argumentando que ela não cumpria preceitos constitucionais. Pouco depois, o governo enviou um projeto de lei com urgência constitucional assinado pela presidente Dilma Rousseff para substituir a MP.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), surpreendeu o governo federal ao rejeitar a medida provisória (MP) 669
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A perspectiva de melhora da política fiscal vinha sendo uma luz no fim do túnel em meio ao cenário de contração econômica e inflação acima de 7% neste ano. À medida que se torna mais difícil para o governo cortar seus gastos, a pressão cambial também se intensifica.

O banco BNP Paribas ressaltou em um relatório que o custo de seguro contra um calote brasileiro já condiz com uma eventual perda do grau de investimento do País.

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"O dólar já estava em uma tendência de alta em função dos fundamentos deteriorados. Agora, há esse 'a mais', que é o cenário político conturbado dificultando a implementação do ajuste fiscal", afirmou o analista da WinTrade, Bruno Gonçalves, que não tem expectativas de alívio no câmbio no curto prazo.

Com isso, cresce a ansiedade do mercado sobre o futuro do programa de intervenção do Banco Central no câmbio.

Leilões de dólares do BC

O atual programa de leilões diários de swap cambial está marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, e a sinalização de que o BC pretende rolar apenas parcialmente os contratos que vencem em 1º de abril já injetou incerteza no mercado.

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"Isso tudo dá mais fôlego para o mercado testar o BC", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume correspondente a 97,7 milhões de dólares. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016.

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O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 11 por cento do lote total, que corresponde a 9,964 bilhões de dólares. 

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