O dólar encerrou em alta ante o real nesta quinta-feira, após ter permanecido em território negativo em grande parte da sessão volátil, com a percepção de um quadro político doméstico mais benigno e o mercado testando a resistência da moeda conforme a cotação se aproxima dos R$ 3.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,47%, a R$ 3,0706 na venda, após ter recuado 2,48% na sessão anterior. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 858 milhões.
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A agência de classificação de risco Fitch colocou a perspectiva para a nota brasileira em "negativa" nesta quinta-feira, gerando certa volatilidade no mercado, apesar da visão de que aumentaram as chances do governo aprovar as medidas de ajuste fiscal.
Essa percepção foi reforçada pela indicação do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, para assumir a coordenação política do governo.
A moeda norte-americana fechou abaixo dos R$ 3 pela última vez em 4 de março, quando encerrou os negócios a R$ 2,9807 na venda. No mês passado, o dólar acumulou alta de 11,7% ante o real.
Além da resistência técnica conforme o dólar se aproxima dos R$ 3, ainda há algum receio no mercado em relação à aprovação das medidas econômicas, apesar de uma percepção mais otimista nos últimos dias.
"Ainda estamos no meio do olho do furacão. A tempestade ainda está por vir", disse o especialista em câmbio da Icap Italo Abucater, acrescentando que a definição sobre articulação política é positiva, mas o governo ainda precisa aprovar as medidas necessárias ao ajuste fiscal.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilhões. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 30% do lote total.