O dólar fechou com leve queda ante o real nesta segunda-feira, voltando a ficar abaixo de R$ 2,35, com investidores reagindo com alívio cauteloso ao referendo realizado na Crimeia no fim de semana, que mostrou amplo apoio à anexação da região à Rússia, e aguardando novos desdobramentos da crise.
A moeda americana recuou 0,07%, a R$ 2,3499 na venda, após fechar a véspera com baixa de 0,42%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão.
"Parece que toda aquela preocupação da semana passada foi um pouco exagerada", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano. Um dia após a aguardada votação, que colocou os mercados globais em modo de aversão a risco na semana passada e com volatilidade, os investidores não demonstraram grande nervosismo. Segundo especialistas, isso ocorreu porque o referendo se deu sem violência e confirmou as expectativas dos agentes.
Nesse contexto, o dólar recuava sobre moedas como o peso chileno e o peso mexicano, enquanto operava perto da estabilidade em relação ao euro. O relativo bom humor persistiu mesmo após União Europeia e Estados Unidos anunciarem, nesta manhã, sanções contra pessoas ligadas à incursão russa na Crimeia, incluindo congelamento de ativos e proibição de viagens.
"Foi apenas o mínimo que se esperava", explicaram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório. A constante atuação do Banco Central brasileiro no câmbio também ajudou a conter as oscilações da moeda americana no mercado doméstico. Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram dois mil contratos para 1º de outubro e dois mil para 1º de dezembro deste ano, com volume equivalente a US$ 198,3 milhões.
Além disso, também colocou a oferta integral de até 20 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de abril. No total, a autoridade monetária já rolou cerca de 30% do lote total que vence no próximo mês.