O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, interrompendo duas sessões seguidas de alta, com o relativo bom humor com a equipe do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, compensando o quadro de aversão ao risco nos mercados externos diante da persistente queda dos preços do petróleo.
A moeda americana caiu 0,25%, a R$ 2,7019 na venda, após chegar a R$ 2,7240 na máxima da sessão e atingir R$ 2,6920 na mínima do dia..Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 3,78 bilhões).
"Agora, esperamos que o dólar fique girando em torno de R$ 2,70 porque o cenário externo continua muito conturbado. Hoje tivemos um alívio em função do bom humor com a equipe do Levy, mas não vejo o dólar caindo muito mais do que isso", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Na véspera, Levy anunciou Marcelo Barbosa Saintive como o novo secretário do Tesouro Nacional, no lugar de Arno Augustin, e Jorge Rachid para a Receita Federal. Os nomes foram bem recebidos pelo mercado, que vem buscando sinais de comprometimento com as metas fiscais, em meio ao quadro de inflação alta e crescimento baixo.
Mas investidores ainda mostravam dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta de superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Além disso, dúvidas sobre a disposição da presidente Dilma Rousseff de aceitar medidas de contração fiscal limitavam o bom humor.
Mercado externo e venda de dólares
No mercado externo, o ânimo ainda era negativo, diante da persistente queda dos preços do petróleo, que renovava as mínimas em cinco anos e meio.
"O mercado (brasileiro) abriu pressionado por causa do exterior, mas não conseguiu se firmar. Parece que o anúncio da equipe (de Levy) está levando alguns a venderem dólares quando sobe muito acima de R$ 2,70", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional, em anonimato.
Investidores também seguiram atentos à política monetária americana. Na quarta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Federal Reserve, na qual o banco central norte-americano prometeu ser "paciente" ao elevar os juros.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 2 mil swaps (venda futura de dólares) pelas atuações diárias, após reduzir pela metade a oferta neste ano.
Foram vendidos 1,2 mil contratos para 1º de setembro e 800 para 1º de dezembro de 2015, com volume correspondente a 98 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a 10,405 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 14 por cento do lote total.
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