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Dólar recua com maior otimismo do mercado por tramitação do pacote fiscal no Congresso

10 dez 2024 - 09h10
(atualizado às 10h13)

Por Fernando Cardoso

Notas de dólar
12/02/2018
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Notas de dólar 12/02/2018 REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Foto: Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar recuava frente ao real nesta terça-feira, devolvendo algumas das perdas das últimas sessões, com o mercado se mostrando mais otimista pela tramitação do pacote fiscal do governo no Congresso enquanto analisava dados do IPCA de novembro praticamente em linha com o esperado.

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Às 10h02, o dólar à vista caía 0,45%, a 6,0551 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,51%, a 6,062 reais na venda.

Investidores reagiam ao noticiário da noite de segunda-feira, que afastou um pouco os temores de que as medidas de contenção de gastos do governo possam ficar travadas no Congresso até o próximo ano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pachego (PSD-MG), na véspera para resolver uma impasse sobre o repasse de emendas parlamentares.

Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs condições para o pagamento das emendas, teria desagradado os parlamentares, o que ameaçava a tramitação do pacote fiscal no Congresso.

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A informação foi mal recebida pelo mercado. O dólar à vista encerrou a segunda-feira em alta de 0,09%, cotado a 6,08225 reais -- no maior valor nominal de fechamento da história, apesar dos ganhos de divisas emergentes no exterior.

No entanto, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também se reuniu com Pacheco, um encaminhamento do presidente Lula à questão atendeu a pedidos sobre o tema.

"A questão fiscal agora é problema político... Parece que o Arthur Lira sinalizou que pode destravar o pacote fiscal, mas quer que o governo resolva o impasse das emendas", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Na curva de juros, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) devolviam os fortes ganhos da véspera, refletindo também o maior otimismo do mercado com a tramitação do pacote fiscal.

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Na frente de dados, as atenções dos investidores estavam voltadas para a divulgação de novos números sobre a inflação ao consumidor no país. O IBGE informou que o IPCA registrou alta de 0,39% na base mensal em novembro, desacelerando em relação ao avanço de 0,56% em outubro.

Economistas consultados pela Reuters projetavam uma alta de 0,37% para o mês. Em 12 meses, o índice teve avanço de 4,87%, ante 4,76% em outubro.

Pelo segundo mês consecutivo, o IPCA ficou acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central -- com centro de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Segundo analistas, o resultado, apesar de ficar praticamente dentro do esperado, enfatiza ainda mais o alerta com um cenário de descontrole inflacionário no país, que já vinha sendo mostrado com a crescente desancoragem das expectativas de inflação do mercado.

Dessa forma, a consequência deve ser uma aceleração no ritmo de aperto monetário pelo Copom, que anuncia sua última decisão de juros do ano na quarta-feira.

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"Esse dado do IPCA e a sua composição particularmente ruim devem reforçar as expectativas de que o Copom vai adotar uma postura mais rígida na decisão de amanhã", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Operadores colocam 76% de chance de uma alta de 1 ponto percentual na Selic, atualmente em 11,25%, na quarta-feira, contra 24% de probabilidade de um aumento de 0,75 ponto.

No exterior, o cenário era de cautela, à medida que os mercados aguardam dados de inflação dos Estados Unidos na quarta-feira, que podem fornecer indícios sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,19%, a 106,360.

(Edição de Camila Moreira)

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