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Dólar oscila pouco com mercado à espera de dados dos EUA e posse de Trump

16 jan 2025 - 09h07
(atualizado às 09h58)

Por Fernando Cardoso

Nota de 100 dólares
07/02/2011 
REUTERS/Lee Jae-Won
Nota de 100 dólares 07/02/2011 REUTERS/Lee Jae-Won
Foto: Reuters

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quinta-feira, com os investidores demonstrando cautela, enquanto se posicionam para o início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e aguardam novos dados econômicos e eventos que podem moldar o sentimento durante a sessão.

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Às 9h45, o dólar à vista caía 0,11%, a 6,0183 reais na venda. Em um determinado momento, a divisa norte-americana chegou a cair abaixo de 6,00 reais, mas logo recuperou algumas das perdas.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,27%, a 6,017 reais na venda.

Como tem ocorrido frequentemente nos primeiros pregões deste ano, os agentes financeiros voltavam suas atenções nesta quinta para o cenário externo, à medida que continuam especulando sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve e as implicações das medidas do novo governo dos EUA.

Nesse último ponto, o destaque do pregão será a audiência do indicado de Trump para o Departamento do Tesouro, Scott Bessent, no Senado, com os mercados globais em busca de sinais de como o presidente eleito implementará suas promessas de campanha.

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Analistas têm apontado que Bessent, um veterano de Wall Street, buscará controlar os déficits dos EUA e utilizar as prometidas tarifas de importação como uma ferramenta de negociação com aliados e adversários.

Bessent prometeu na quarta-feira garantir que o dólar continue sendo a moeda de reserva global.

O principal temor em relação às políticas do novo governo é de que possam ser inflacionárias, o que forçaria o banco central dos EUA a manter a taxa de juros em um patamar elevado, interrompendo seu atual ciclo de afrouxamento monetário.

Apesar das preocupações, os investidores aumentaram suas apostas de cortes de juros pelo Fed na véspera, após dados mostrarem que o núcleo da inflação ao consumidor dos EUA ficou abaixo do esperado na base anual em dezembro.

Operadores precificam agora 37 pontos-base acumulados em reduções pelo Fed neste ano, depois de projetarem a possibilidade de nenhum afrouxamento no início da semana.

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Os investidores analisarão dados de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, às 10h30, para determinar o estado do mercado de trabalho dos EUA, após dados fortes de criação de emprego divulgados na semana passada. Números de vendas no varejo também serão analisados no mesmo horário.

"A agenda de hoje é de espera pelos dados de auxílio-desemprego e de dados de varejo... A gente verifica que o Fed pode ter a possibilidade de cortar juros, o que pode enfraquecer o dólar", disse Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,28%, a 109,340.

Na cena doméstica, as sessões recentes têm sido marcadas por falta de notícias e poucos dados relevantes, o que tem feito os agentes financeiros se voltarem justamente para o exterior em busca de impulsos para as negociações.

Analistas indicam que o cenário fiscal brasileiro continuará sendo o principal foco de atenção do mercado neste ano, à medida que ainda há dúvidas sobre o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas.

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Na frente de dados, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,1% em novembro em relação ao mês anterior, em dado dessazonalizado. A leitura foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de estagnação no mês.

(Edição de Camila Moreira)

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