O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, acompanhando a alta da divisa norte-americana no exterior à medida que investidores monitoravam as negociações em torno do teto da dívida dos Estados Unidos e recalibravam expectativas para os próximos passos do Federal Reserve.
Às 10:22 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,48%, a 4,9585 reais na venda.
Na B3, às 10:22 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,44%, a 4,9720 reais.
O presidente norte-americano, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy, disseram na quarta-feira que estavam determinados a chegar a um acordo e iniciariam negociações diretas sobre o limite de dívida de 31,4 trilhões de dólares do país.
Alguns investidores argumentavam que o dólar tende a se beneficiar globalmente de qualquer desfecho para o imbróglio da dívida, uma vez que, em cenário de calote, a demanda pela segurança da divisa norte-americana aumentaria e, em caso de acordo, as perspectivas de resiliência econômica poderiam alimentar apostas na manutenção de uma política monetária restritiva pelo Federal Reserve.
A partir das 9h30 (de Brasília), a moeda norte-americana começou a acelerar seus ganhos, em linha com o exterior, após dados mostrarem força contínua do mercado de trabalho dos EUA, uma vez que o número de cidadãos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada.
O índice que compara o dólar a uma cesta de moedas subia 0,43% nesta manhã, a 103,330.
Contratos futuros atrelados ao juro básico dos EUA mostravam cerca de 20% de chance de o Fed subir os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual em sua próxima reunião, sendo que, até recentemente, uma minoria dos mercados apostava num corte da mesma magnitude.
Quanto mais altos os juros nos EUA, mais atraente ficam os retornos oferecidos pelo dólar.
No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou, com margem folgada de votos, um requerimento que confere regime de urgência para o projeto do novo arcabouço fiscal do país.
"Esse resultado reforça nossa visão de que a nova âncora fiscal deve ser aprovada sem grandes contratempos, possivelmente na próxima semana", disse o Citi em relatório.
Já a XP disse acreditar que as alterações que tornaram o texto do arcabouço mais rígido ante o inicialmente proposto --com a inclusão de punições no caso de não cumprimento da meta fiscal-- serão aprovadas, o que, num geral, é bem visto pelos mercados.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9347 reais na venda, com baixa de 0,15%.