O dólar fechou em ligeira alta sobre o real pela terceira sessão seguida nesta quarta-feira, com investidores adotando cautela, após uma nova pesquisa Datafolha confirmar a liderança numérica da presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), contra o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, na esteira do ânimo mais contido no exterior pelo 2º turno das eleições.
A moeda americana subiu 0,15%, a R$ 2,4802 na venda, acumulando alta de quase 2% em três dias. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão (aproximadamente R$ 2,7 bilhões).
A divisa dos EUA também subia contra moedas como os pesos mexicano e chileno.
"O mercado brasileiro tem suas turbulências com as pesquisas eleitorais, e o bom humor de ontem nos mercados internacionais foi um pouco exagerado e precisou ser corrigido hoje", disse o economista da 4Cast, Pedro Tuesta.
Cautela após o Datafolha
Pesquisa do Datafolha divulgada durante a madrugada confirmou a liderança numérica de Dilma contra o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. De acordo com o levantamento, a atual presidente tem 52% dos votos válidos e o tucano, 48%, em um empate técnico no limite da margem de erro.
O resultado foi idêntico ao apontado na pesquisa divulgada na véspera e, segundo analistas, já havia sido praticamente todo precificado. Por isso, a alta do dólar nesta sessão foi limitada.
"Se o placar continuar igual até sexta-feira, o mercado vai chegar relativamente pessimista ao 2º turno", disse o operador da corretora B&T, Marcos Trabbold.
Oferta de dólares
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 196,7 milhões.
O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 71% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.
"O (nível de) R$ 2,50 (para o dólar), por enquanto, parece estar funcionando como um limitador", afirmou o operador de uma corretora internacional.
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