O dólar fechou em alta ante o real ao fim de uma sessão volátil nesta quarta-feira, após as expressivas quedas das sessões recentes e com investidores avaliando que o comunicado de política monetária do Federal Reserve não trouxe grandes novidades.
A moeda norte-americana avançou 0,52 por cento, a 2,9574 reais na venda, após chegar a subir 0,80 por cento na máxima da sessão e recuar 0,93 por cento na mínima.
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, que será anunciada após o fechamento dos mercados, à agenda de indicadores norte-americana carregada.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,9 bilhão de dólares.
O Federal Reserve destacou em comunicado nesta quarta-feira a fraqueza no mercado de trabalho e na economia dos Estados Unidos, sugerindo que poderá ter que esperar até o terceiro trimestre para começar a elevar os juros na maior economia do mundo.
Pela manhã, o mercado já havia se preparado para uma mensagem cautelosa do Fed, após dados mostrarem que os EUA crescerem apenas 0,2 por cento em termos anualizados no primeiro trimestre, bem abaixo das expectativas de analistas, que previam expansão de 1 por cento.
"Temos visto alguns dados decepcionantes recentemente, mas o Fed está caracterizando-os como parcialmente transitórios, então não acredito que esse documento realmente mude muito", disse o estrategista-chefe macro global do Wells Fargo Investment Institute, Gary Thayer.
Economistas vêm afirmando que é mais provável que o Fed eleve os juros em setembro do que em junho, enquanto os mercados financeiros indicam que o aperto monetário pode começar ainda mais tarde.
O dólar chegou a romper durante a sessão passada a barreira de 2,90 reais pela primeira vez em dois meses, mas novos catalisadores serão necessários para que a divisa volte a testar esses patamares. Isso poderia acontecer, segundo operadores, se o Banco Central confirmar as expectativas do mercado e elevar a Selic em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira, a 13,25 por cento.
"Com essa alta de juros, fica bem atraente aplicar aqui, então pode ter fluxo de câmbio", afirmou o operador de uma corretora nacional sob condição de anonimato. "Se o Brasil fizer o dever de casa, recuperar a credibilidade e continuar com esses juros, não tem para ninguém", acrescentou.
O BC também vendeu a oferta total de swaps cambiais em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio. Com isso, a autoridade monetária rolou cerca de 97 por cento do lote total, correspondente a 10,115 bilhões de dólares.