O dólar subiu 1,00% nesta quinta-feira, 9, e atingiu seu maior valor em três semanas, cotado a R$ 3,8017 no mercado à vista. A alta ocorreu em meio ao volume de negócios reduzido e foi conduzida por fatores externos e principalmente internos. Lá fora, a moeda americana avançou ante moedas emergentes e fortes. Por aqui, a expectativa pelo primeiro debate de presidenciáveis na TV, hoje à noite, retraiu importante parcela de investidores, que preferiram aguardar mais informações antes de definir posições.
"Já ingressamos naquele período em que o mercado se torna muito sensível a debates e pesquisas eleitorais. Com os investidores super cautelosos, as operações são defensivas, de 'tiro curto'", disse Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora.
Segundo Iha, o desempenho do candidato tucano nos debates e pesquisas eleitorais é o que pode definir o patamar do dólar nas próximas semanas. "O mercado já precificou a notícia mais importante até agora, que foi o apoio do Centrão a Alckmin, e não a Ciro Gomes (PDT). Se Alckmin não vingar, certamente o dólar vai buscar novos patamares", afirmou.
Para José Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, a alta da moeda ainda pode ser considerada um processo normal de correção, devido ao esperado aumento da volatilidade no mercado. Ele alerta, no entanto, para o risco de a cotação romper a região de R$ 3,80 e acelerar o ritmo, em direção ao intervalo entre R$ 3,85 e R$ 3,90.
Na máxima do dia, o dólar à vista chegou aos R$ 3,8201 (+1,49%). No mercado futuro, o contrato para setembro chegou à máxima de R$ 3,8330 (+1,36%).
A principal expectativa do dia esteve relacionada ao debate dos candidatos à Presidência da República, que ocorre hoje na TV Bandeirantes, às 22h. O evento é considerado como o início efetivo da campanha eleitoral na TV. Segundo analistas, sua importância é relacionada principalmente ao grande número de eleitores indecisos ou dispostos a não votar em nenhum candidato. A partir da exposição das campanhas na TV, a expectativa é para ver como se comporta essa parcela de eleitores. Por isso, as pesquisas eleitorais também ganham mais importância a partir de agora. Para amanhã, é esperada nova pesquisa de intenção de voto, com eleitores de São Paulo.
No mercado internacional, a alta do dólar foi influenciada por uma série de fatores. Na Europa, a cautela do Banco Central Europeu (BCE) quanto aos atritos comerciais envolvendo os Estados Unidos depreciaram o euro. Entre os emergentes, o dólar atingiu nova máxima histórica ante a lira turca, ainda devido às tensões geopolíticas entre a Turquia e os EUA, que impuseram sanções contra autoridades do país euro-asiático.
Com o resultado de hoje, o dólar à vista passa a contabilizar alta de 2,53% na semana e 1,23% no mês.
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