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Dólar sobe 6,5% em maio e tem maior alta mensal desde 2015

30 mai 2018 - 18h20
(atualizado às 18h24)

O dólar teve novo dia de volatilidade nesta quarta-feira, 30, mas acabou fechando em leve alta (+0,06%), se descolando do mercado externo. Em maio, a moeda dos Estados Unidos subiu 6,52% ante o real, a maior alta mensal desde setembro de 2015, quando avançou 9,39% e também acima de maio de 2017 (+1,71%), mês marcado pela crise causada pelas delação da JBS e as revelações do empresário Joesley Batista. O dólar terminou o dia cotado em R$ 3,7327.

Notas de dólar dos EUA fotografados em Washington, EUA
14/11/2014
REUTERS/Gary Cameron
Notas de dólar dos EUA fotografados em Washington, EUA 14/11/2014 REUTERS/Gary Cameron
Foto: Reuters

No exterior, a moeda perdeu força ante outras divisas, como o euro e as moedas de emergentes, mas no Brasil fatores domésticos falaram mais alto, como as persistentes incertezas sobre os desdobramentos da greve dos caminhoneiros na atividade e nas contas fiscais do governo. A disputa entre comprados e vendidos pela formação da Ptax do final do mês deixou o dólar volátil pela manhã. A moeda chegou a cair abaixo de R$ 3,70 pela manhã e na mínima do dia foi negociada a R$ 3,6929. Ná máxima, bateu em R$ 3,7680.

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Por conta da definição do diferencial, o volume de negócios no mercado foi alto e chegou a US$ 1,8 bilhão no mercado à vista e estava em US$ 28,3 bilhões no futuro. Após a definição da Ptax, o dólar desacelerou os ganhos, mas o tom de cautela persistiu no mercado de câmbio, também por conta do feriado desta quinta-feira, 31.

Para o sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra, o mercado no exterior foi bom hoje e, não fosse pelas incertezas geradas pela paralisação dos caminhoneiros, o dólar poderia ter caído ante o real também. Ele avalia que, nos últimos dias, por volta de 90% da variação da moeda no Brasil tem sido explicada por fatores domésticos e só 10% por fatores externos.

"A greve deu uma amenizada, mas os desdobramentos para resolver a situação foram ruins", disse ele. O governo teve que ceder para atender à demanda dos caminhoneiros e hoje bancos, como o Goldman Sachs, revisaram para baixo suas projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018. O economista do grupo holandês ING, Gustavo Rangel, também vê o real pressionado pela frente, mas ressalta que o BC tem "munição considerável" para intervir no mercado, seja por meio dos programas de swap, seja pelo alto volume de reservas internacionais. Por isso, ele espera que os movimentos no mercado de câmbio ocorram de maneira "ordenada".

Rangel destaca que o incerto cenário político e o custo barato de hedge no país, por conta da redução do diferencial de juros com os EUA, deixam o real "vulnerável". Um cenário em que um candidato não reformista se consolide nas pesquisas de intenção de voto, a moeda dos EUA pode testar máximas históricas no Brasil, ressalta ele em relatório.

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