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Dólar sobe e fecha a R$ 2,61 pela 1º vez desde abril de 2005

A moeda americana subiu 0,7%, a R$ 2,6115 na venda, maior cotação de fechamento desde abril de 2005

8 dez 2014 - 17h42
(atualizado em 9/12/2014 às 09h00)
<p>Em um dia de baixo volume que nem hoje, qualquer operação acaba fazendo estrago, disse Jaime Ferreira, superintendente de câmbio da corretora Intercam</p>
Em um dia de baixo volume que nem hoje, qualquer operação acaba fazendo estrago, disse Jaime Ferreira, superintendente de câmbio da corretora Intercam
Foto: Getty Images

O dólar subiu nesta segunda-feira e fechou a R$ 2,61 pela primeira vez desde meados de 2005, com analistas citando uma operação de saída de recursos cujo impacto foi turbinado pelo baixo volume de negócios, em meio a um ambiente externo mais desfavorável.

A moeda americana subiu 0,7%, a R$ 2,6115 na venda, maior cotação de fechamento desde abril de 2005.

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Internamente, analistas afirmaram que também tem contribuído para a alta da divisa a incerteza sobre quais medidas a nova equipe econômica tomará para enfrentar o quadro doméstico de inflação alta e crescimento baixo, além do futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio.

Na câmara de dólar à vista da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 750 milhões (aproximadamente R$ 1,9 bilhões). Já no mercado futuro, foram negociados cerca de 220 mil contratos para janeiro, contra a média diária das últimas 20 sessões de cerca de 280 mil.

"Em um dia de baixo volume que nem hoje, qualquer operação acaba fazendo estrago", disse Jaime Ferreira, superintendente de câmbio da corretora Intercam.

Otimismo x Cautela

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Segundo operadores, a grande operação de saída de dólares ocorreu aproximadamente ao mesmo tempo em que o petróleo Brent ampliou as perdas para queda de US$ 3 por barril, ainda refletindo a perspectiva de oferta abundante combinada com demanda fraca devido ao enfraquecimento da economia global.

"O mercado está fraco, com pouco volume, o que é tradicional do fim do ano", afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, citando ainda a indefinição sobre as medidas econômicas que serão adotadas pela próxima equipe econômica.

Joaquim Levy e Nelson Barbosa - indicados para assumir os ministérios da Fazenda e do Planejamento, respectivamente - já trabalham para mostrar uma orientação mais ortodoxa na política econômica, o que inicialmente animou os mercados.

Mas após o otimismo inicial, investidores voltaram a adotar cautela, buscando sinais concretos de que as promessas de maior transparência e contenção fiscal serão cumpridas.

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"A perspectiva está incerta, o que autoriza uma postura de investimentos mais defensiva. Existe um viés de melhora, mas ainda há muita indefinição", resumiu o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos estrangeira.

Intervenções do BC no dólar

O mercado também busca sinais sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central, que está marcado para durar até pelo menos o fim deste ano. Se o programa for reduzido ou eliminado, o resultado será uma diminuição da liquidez do mercado doméstico justamente no ano em que se espera que o Federal Reserve, banco central norte-americano, comece a elevar os juros.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, todos com vencimento em 1º de junho de 2015, com volume financeiro equivalente a US$ 198,6 milhões. Foram ofertados papéis para 1º de setembro de 2015 também, mas não foi vendido nenhum.

O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 30% do lote total.

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A autoridade monetária ainda realizou nesta sessão um leilão de venda de até US$ 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 2 de abril de 2015. A taxa de recompra ficou em R$ 2,673874.

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