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Dólar sobe mais de 1% e crava terceiro mês de alta

28 nov 2014 - 17h41
(atualizado às 17h42)

O dólar fechou com alta de mais de 1% nesta sexta-feira e cravou o terceiro mês seguido de ganhos, ainda refletindo as dúvidas sobre a continuidade do programa de vendas diárias de swap cambial no ano que vem, após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmar na véspera que o estoque de derivativos cambiais já atende à demanda por proteção.

Segundo analistas, a trajetória do câmbio no curto prazo será definida pelas sinalizações da autoridade monetária sobre sua intervenção no câmbio e pela capacidade da nova equipe econômica de sustentar a confiança do mercado.

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A moeda norte-americana subiu 1,66%, a R$ 2,5716 na venda, após subir mais de 2% na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,1 bilhão de dólares.

Em novembro, a divisa avançou 3,7%, acumulando alta de quase 15% nos últimos três meses.

"O mercado vai observar o BC de perto. Neste momento, está claro que não falta liquidez, mas podemos ver alguma tensão inicial se as ofertas de fato acabarem", disse o sócio-gestor da Queluz Asset Management, Luiz Monteiro, que acredita que o BC reduzirá "de forma significativa" a atuação.

Em entrevista coletiva logo após o anúncio de que Tombini continuará como presidente do Banco Central no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que o atual estoque de swaps cambiais - que na véspera equivalia a posição vendida de cerca de 105 bilhões de dólares-- "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial da economia.

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Mas Tombini negou, em vídeo publicado na página da internet do Palácio do Planalto, que teria sinalizado mudança no programa de intervenção no câmbio.

O BC vem intervindo diariamente no câmbio desde agosto do ano passado para oferecer hedge cambial e limitar a volatilidade. Atualmente, atua por meio de vendas diárias de até 4 mil swaps que devem continuar "pelo menos" até 31 de dezembro.

Se a autoridade monetária adotar a estratégia de manter esse estoque constante, como entendeu o mercado, poderia fazê-lo de duas maneiras diferentes: deixar de vender swaps diariamente e manter a rolagem integral, ou reduzir tanto a oferta diária quanto as rolagens.

"Se souber que não vai mais receber 4 mil swaps por dia no ano que vem, o investidor precisa se proteger em outros instrumentos e isso pressiona a cotação", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas ofertas diárias, com volume equivalente a 197,6 milhões de dólares. Foram vendidos 1,6 mil contratos para 1º de junho e 2,4 mil para 1º de setembro.

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As dúvidas sobre o futuro do programa de swaps desviaram a atenção dos investidores em relação à próxima equipe econômica - que, além de Tombini, inclui Joaquim Levy e Nelson Barbosa - e à decepção com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A economia brasileira cresceu 0,1% no terceiro trimestre contra os três meses anteriores, saindo por muito pouco da recessão técnica. Economistas consultados pela Reuters esperavam crescimento de 0,3%.

"O PIB é um indicador de como as coisas foram. O mercado quer saber qual vai ser a postura do governo daqui para frente", disse o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

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