O dólar subiu mais de 1,8% ante o real nesta quinta-feira, avançando pelo quinto pregão consecutivo, e renovou a máxima de fechamento em nove anos e meio, ainda refletindo o quadro de incertezas sobre o futuro da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
A moeda americana subiu 1,82%, a 2,5607 reais na venda, acumulando alta de 6,35% nos últimos cinco pregões. É o maior nível de fechamento desde abril de 2005.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 800 milhões.
"O fator local é de indefinições e, quando você não sabe o que vem pela frente, você corre para o dólar", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.
Investidores querem mais detalhes sobre como será gerenciada a política econômica, sobretudo a fiscal, criticada por ser excessivamente expansionista e pouco transparente. Pela manhã, o Banco Central afirmou por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que a política fiscal deve rumar para a neutralidade, o que desagradou investidores.
Os mercados também querem saber quem será o próximo ministro da Fazenda, substituindo Guido Mantega. E essa pergunta não deve ser respondida tão cedo, após Dilma afirmar, na véspera, que só anunciará seu indicado ao posto após a reunião do G20, em 15 e 16 de novembro.
Essas incertezas têm limitado o giro financeiro do mercado de câmbio, deixando as cotações sensíveis a operações pontuais e aumentando a volatilidade.
"O mercado tem operado com base em expectativas e, por enquanto, tem muita incerteza. Não dá para montar posições de longo prazo", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 198,4 milhões.
A operação ocorreu entre 11h30 e 11h40 e o resultado foi divulgado por volta das 11h50, duas horas mais tarde do que vinha acontecendo nos últimos meses.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 9 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 13% do lote total, equivalente a US$ 9,831 bilhões.
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