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Dólar tem alta de quase 3% ante real após três dias de queda

Para analista do mercado, o dólar deve continuar volátil até a confirmação de mudança na política econômica brasileira

31 out 2014 - 18h30
<p>Houve um exagero no otimismo ontem, disse o operador de câmbio, Glauber Romano</p>
Houve um exagero no otimismo ontem, disse o operador de câmbio, Glauber Romano
Foto: Getty Images

O dólar subiu quase 3% ante o real nesta sexta-feira, encerrando o volátil mês de outubro com alta de mais de 1%. Segundo analistas, a instabilidade deve continuar até que surjam sinais concretos de mudança na política econômica da presidente reeleita Dilma Rousseff.

Há uma semana, investidores se mostravam muito pessimistas com a possibilidade de Dilma continuar no cargo, confirmada no domingo.

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A decisão do Banco Central de elevar a Selic nesta semana, contudo, despertou a expectativa de uma política econômica mais favorável ao mercado nos próximos quatro anos, reduzindo temporariamente a pressão sobre o câmbio.

"Assim como houve um exagero no pessimismo com a reeleição da Dilma, houve um exagero no otimismo ontem", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

O dólar avançou 2,94%, a R$ 2,4787 na venda, após três sessões seguidas de queda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,05 bilhão (aproximadamente R$ 2,57 bilhões).

Em outubro, marcado por oscilações fortes devido às eleições presidenciais, a moeda variou entre R$ 2,38, na mínima e R$ 2,51, na máxima.

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Moeda volátil

A volatilidade do dólar implícita nas opções de um mês de dólar está entre 15% e 17%, o que significa que operadores apostam em uma oscilação dessa magnitude, em qualquer direção, nesse período.

Mercado espera que a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer façam mudanças substanciais na equipe econômica
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Desde o início da disputa eleitoral, a volatilidade tem se mantido perto de níveis não vistos desde o fim de 2013. A volatilidade tem resistido até mesmo à perspectiva de que o BC continue atuando diariamente no mercado no ano que vem, injetando liquidez.

O principal motivo de preocupação dos mercados é a política fiscal do governo, que investidores consideram excessivamente expansionista e pouco transparente. Nesta quinta-feira, o governo admitiu que reduzirá a meta de superávit primário de 2014, após o forte déficit fiscal apurado neste ano até setembro.

"O problema é que, agora, o mercado não sabe se monta posições pensando em quatro anos de mais do mesmo ou em uma melhora na política econômica", afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. "Enquanto não tivermos sinais mais claros sobre isso, o mercado não vai encontrar um equilíbrio", acrescentou ele.

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Oferta de dólares pelo BC

Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, por meio de seu programa de atuações diárias.

Foram vendidos 750 contratos para 1º de junho e 3,25 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,5 milhões.

Analistas esperam que o BC continue reagindo à volatilidade com as rolagens de swaps. Neste mês, praticamente todo o lote de swaps que vencem na segunda-feira foi reposto e a expectativa é de que esse ritmo continue no mês que vem.

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