O dólar tinha leve alta frente ao real nesta sexta-feira, em linha com a força ante a maioria de seus pares fortes e emergentes, com os investidores nacionais ajustando suas posições após sete sessões consecutivas de perdas para a moeda norte-americana no Brasil.
Às 9h42, o dólar à vista subia 0,1%, a 5,4266 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,03%, a 5,427 reais.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,71%, cotado a 5,4213 reais.
Nesta manhã, a falta de fatores domésticos para influenciar o dólar fazia os investidores se voltarem para o exterior, onde a moeda norte-americana experimentava maior força, recuperando algumas de suas perdas após sessões marcadas pela decisão do Federal Reserve de reduzir a taxa de juros em 50 pontos-base.
O início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos tende a enfraquecer o dólar, uma vez que ele se torna menos atrativo para investimentos com a queda nos rendimentos dos Treasuries.
Sem dados econômicos importantes para gerar pressão, o dólar recebeu um leve impulso da decisão de política monetária do Banco do Japão, que decidiu manter sua taxa de curto prazo em 0,25% e sinalizou maior paciência para elevar os juros novamente.
Após a reunião, o presidente do banco central japonês, Kazuo Ueda, disse que a economia do Japão está avançando de acordo com as previsões, mas que a volatilidade dos mercados e a incerteza sobre a economia dos Estados Unidos fazem com que o Banco do Japão dedique mais tempo para determinar se serão necessários novos aumentos nas taxas.
Com isso, a maior parte da força da moeda norte-americana no exterior vinha de sua relação com o iene. O dólar tinha alta de 0,87% frente à moeda japonesa, a 143,88.
Assim, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,03%, a 100,700.
Em mercados emergentes, o dólar ainda era favorecido por preços de commodities mais fracos nesta sessão, incluindo minério de ferro e petróleo, o que prejudica países exportadores de matérias-primas, como o Brasil.
As commodities têm sofrido com a contínua piora nas perspectivas econômicas da China, maior importador de matérias-primas do planeta, que enfrenta uma crise de demanda doméstica.
O dólar subia frente ao peso mexicano e ao peso chileno e se mantinha estável ante o rand sul-africano.
"Nós observamos dois dias seguidos de apetite por risco bastante elevado depois da decisão do Fed... então hoje sempre há uma possibilidade dessa correção técnica, como se chama, uma realização de lucros pelos investidores, e prejudica um pouco o desempenho desses ativos arriscados", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Na semana, o dólar acumulou até o momento perda de 2,5% frente ao real.