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Dólar sobe ante o real com aversão global ao risco e espera por pacote fiscal

21 nov 2024 - 09h07
(atualizado às 09h51)

O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, em linha com os mercados globais, à medida que investidores voltavam a demonstrar aversão ao risco em meio à escalada das tensões entre Ucrânia e Rússia, enquanto o mercado aguarda com nervosismo o anúncio de medidas fiscais pelo governo.

Notas de dólar
08/02/2021
REUTERS/Dado Ruvic
Notas de dólar 08/02/2021 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

Às 9h37, o dólar à vista subia 0,77%, a 5,8207 reais na venda, após o mercado ter ficado fechado na véspera com o feriado do Dia da Consciência Negra. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,63%, a 5,819 reais na venda.

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A Rússia lançou um míssil balístico intercontinental em um ataque à Ucrânia nesta quinta, segundo a Força Aérea de Kiev, no primeiro uso conhecido na guerra de uma arma tão poderosa, com capacidade nuclear e alcance de milhares de quilômetros.

O incidente ampliou as preocupações recentes de agentes financeiros, que vão desde a possibilidade de expansão do conflito para membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) até novos choques de oferta de produtos como petróleo e grãos.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,07%, a 106,680.

Na terça-feira, os mercados globais já haviam fugido do risco após o presidente russo, Vladimir Putin, aprovar alterações na doutrina nuclear de Moscou, flexibilizando as condições para o uso de armas nucleares, em resposta a relatos de que os Estados Unidos teriam permitido que a Ucrânia usasse mísseis norte-americanos contra seu oponente.

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Ainda no cenário externo, investidores seguem especulando sobre o novo governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, à medida que aguardam o anúncio de quem será seu secretário do Tesouro e quais serão suas prioridades econômicas no início do mandato.

O dólar tem acumulado uma série de ganhos diante da perspectiva de que Trump implementará tarifas sobre importações e cortes de impostos, medidas que economistas veem como inflacionárias, o que pode reduzir o ritmo de afrouxamento monetário aplicado pelo Federal Reserve.

Na cena nacional, o mercado demonstra nervosismo com a demora da divulgação de um pacote com medidas de contenção de gastos pelo governo, uma vez que o Executivo havia prometido que o anúncio viria após o segundo turno das eleições municipais.

"Temos uma grande trava aqui que é o pacote de corte de gastos do governo... Ao que tudo indica haverá um pacote bom, mas enquanto o mercado não encontrar materialização, não vamos ter gatilho local", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

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Mais cedo, o ministro da Casa Civil, disse em entrevista à GloboNews que há expectativa de que a redação do pacote seja finalizada nesta semana, com a data de anúncio a ser definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ansiedade do mercado se refletia na curva de juros brasileira, com as taxas de DI subindo para todas as datas de vencimento, com altas sólidas nos contratos de prazos mais longos.

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