O dólar fechou em leve queda ante o real nesta terça-feira, anulando na reta final do pregão os ganhos vistos durante boa parte do dia, com alguns operadores vendo sinais de exagero na valorização da divisa norte-americana e ressaltando o otimismo sobre a possibilidade de um acordo que resolva a crise da dívida da Grécia.
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O dólar caiu 0,12%, a R$ 3,0779 na venda. Na máxima do dia, chegou a subir 1,13%, a R$ 3,1165 na venda, diante de renovadas expectativas de alta dos juros em setembro nos Estados Unidos. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão.
"O mercado forçou um pouco, exagerou na primeira metade do dia. Agora, o Fed preocupa, mas no curto prazo o foco é a Grécia", disse o operador de um banco internacional.
Nesta manhã, o Banco Central Europeu (BCE) elevou novamente sua linha de financiamento para os bancos gregos, disseram fontes com conhecimento direto do assunto, permitindo que os bancos do país continuem abertos enquanto Atenas busca fechar um acordo com credores.
Na primeira metade da sessão, o bom humor foi compensado pela perspectiva de alta dos juros nos EUA, após o diretor do Fed Jerome Powell afirmar que a economia norte-americana pode estar pronta para uma elevação de juros em setembro e uma segunda em dezembro.
Juros mais altos na maior economia do mundo podem atrair para os EUA recursos atualmente aplicados em países como o Brasil. Nesse contexto, o avanço dos rendimentos dos Treasuries contribuiu para elevar o dólar em mais de 1% contra uma cesta de divisas.
Pouco espaço
Olhando à frente, analistas veem pouco espaço para quedas expressivas do dólar ante o real. O Bank of America Merrill Lynch recomendou nesta terça-feira que investidores comprem dólares quando a divisa recuar abaixo de R$ 3,05 na venda, aproveitando a perspectiva de que o Banco Central brasileiro continue reduzindo sua intervenção no câmbio.
"Esperamos que o BC continue reduzindo seus leilões diários, particularmente se a taxa de câmbio permanecer abaixo de R$ 3,20", escreveu a equipe de estratégia do banco em nota a clientes.
Analistas avaliam que o BC pode estar disposto a tolerar um dólar mais valorizado para incentivar a atividade em um momento em que eleva os juros, estimulando entradas de recursos externos.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs o equivalente a US$ 4,951 bilhões ao todo, ou por volta de 57% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.