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Drogas e prostituição injetam bilhões na economia britânica

Grã-Bretanha receberá impulso de 10 bilhões de libras, cerca de R$ 37 bilhões

14 abr 2014 - 15h50

No final deste ano a economia da Grã-Bretanha receberá um impulso de 10 bilhões de libras (cerca de R$ 37 bilhões). Esse dinheiro, no entanto, não entrará na contabilidade oficial do PIB, já que é fruto do comércio ilegal de drogas e da prostituição. Mas a União Europeia recomenda refazer as contas e considerar essas cifras.

Os cáculos são do Office for National Statistics (ONS), orgão responsável pelas estatísticas da Grã-Bretanha. Segundo a contagem oficial, são 3 bilhões de libras (R$ 11 bilhões) vindas da prostituição e 7 bilhões (R$ 26 bilhões) de drogas ilegais.

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A União Europeia declarou que atividades ilegais precisam ser incluídas nas contas nacionais para que comparações entre países possam ser feitas. Na Holanda, por exemplo, são permitidas algumas drogas proibidas em outros países da Europa, e a prostituição é legalizada.

Levando em consideração que a alocação do orçamento da União Europeia é baseada no tamanho da economia de um país, medida de acordo com seu produto interno bruto (PIB), a União Europeia quer ter certeza de que todos os países estão calculando o PIB da mesma maneira.

A inclusão de atividades ilegais no PIB é uma das diversas mudanças que serão introduzidas às contas nacionais por toda a Europa a partir de setembro. Só serão incluidas as atividades em que ambas as partes são, pelo menos nominalmente, participantes voluntários.

A princípio, a Grã-Bretanha só irá calcular os rendimentos provenientes da produção de cannabis, do tráfico de drogas e da prostituição, mas espera-se que o trabalho ilegal, apostas, pirataria de software e transporte de bens roubados também sejam, eventualmente, incluídos.

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Como medir

A autoridade europeia de estatísticas, a Eurostat, já divulgou amplas orientações sobre como medir atividades ilegais. O órgão considera que o consumo de todas as drogas ilícitas e serviços de prostituição entram na contabilidade de consumo das famílias na formação do PIB.

A Eurostat recomenda, por exemplo, que se meça o lucro da prostituição a partir de dados coletados junto à oferta (prostituta), por considerar essa uma estratégia mais confiável do que a de coletar junto à demanda (clientes). Só devem ser contabilizados os lucros de profissionais do sexo que tenham residido no país por mais de um ano.

Para o órgão europeu, o cálculo das atividades ilegais é importante para determinar, por exemplo, o destino de boa parte do dinheiro ganho de forma legal (e que pode ser gasto em atividades ilícitas, como prostituição e consumo de drogas).

Da mesma forma, há um grande consumo de serviços legais (jurídicos, por exemplo) dos quais não há informações sobre a origem (que pode ser ilegal). Em outras palavras, União Europeia concluiu que não há razão para ignorar o dinheiro ganho de forma ilegal, uma vez que ele circulará de qualquer modo na economia.

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