O comércio virtual recebeu um reforço de peso, em setembro, vindo de Cupertino, na Califórnia: o lançamento do novo sistema de pagamento da Apple, o Apple Pay, que permite que os usuários utilizem apenas seu iPhone e um terminal especial para fazer compras. Isto significa uma quebra de paradigma nas vendas, já que o usuário não precisa nem tirar a carteira do bolso. A ferramenta está disponível nos novos telefones da marca (iPhone 6 e iPhone 6 Plus) e foi incorporada nos demais aparelhos, por meio de uma atualização no sistema operacional iOS.
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A ideia de criar um sistema de carteira móvel é antiga, mas a Apple foi a primeira a coloca-lo em prática pensando, principalmente, na experiência do usuário. “Todo dia, apenas nos Estados Unidos, os cartões de crédito são utilizados 200 milhões de vezes, em um processo bastante ultrapassado”, afirmou o CEO da marca, Tim Cook.
A ferramenta deve chegar efetivamente ao Brasil em janeiro de 2015, mas os bancos brasileiros estão ansiosos para integrar seus cartões de crédito com o novo sistema, que combina transações via NFC (sistema de pagamento por proximidade) e identificação biométrica, a partir de um Touch ID.
Para utilizá-lo é simples, basta cadastrar cartões de crédito e débito no App Passbook e posicionar o dedo no botão da Home ou deixar a antena NFC realizar a transação.
A principal dúvida envolvendo o tema, no entanto, diz respeito ao acesso ao serviço, pois o aparelho no Brasil é considerado o mais caro do mundo. O iPhone 6, por exemplo, chegou em território nacional custando a partir de R$ 3.199,00, enquanto que no Japão (considerado o país com valor mais baixo), o dispositivo desbloqueado sai por R$ 1.479,00.
Nem tão caro assim
O professor da Impacta e desenvolvedor de aplicativos para iOS, Felipe Miranda Silva, explica, porém, que “se analisarmos a economia brasileira, o iPhone hoje é bem mais acessível, não em termos de preço, mas em termos de limite de crédito, o que gera uma demanda maior de compra do aparelho". "Acredito que o empecilho não está no preço, mas sim na falta de interesse da empresa norte-americana em investir suas tecnologias no Brasil e na América Latina como um todo.”
Em termos de segurança, o Apple Pay criptografa cada transação como única, ou seja, ela pode ser usada apenas uma vez, impossibilitando assim que as informações pessoais dos usuários sejam capturadas por criminosos digitais.
Apple Pay, em números
A ferramenta funciona desde outubro nos EUA e, até agora, conta com a parceria de 19 bancos – entre eles, American Express, Bank of America, CapitalOne, Chase, Citi e Wells Fargo –, aceitando as bandeiras Visa, MasterCard e American Express.
A nova solução é utilizada por mais de 200 mil lojas e aplicativos cadastrados no sistema. Brasileiros que possuem cartões de crédito internacionais também podem usar o serviço, desde que o cartão seja emitido por um banco parceiro da Apple. Isso só acontece, no entanto, pois algumas das máquinas utilizadas para efetuar transações bancárias no Brasil também suportam transações via NFC.