Economistas de instituições financeiras cravaram a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11% na reunião desta semana do Banco Central, mesmo elevando a projeção de inflação para este ano. De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano passou a 6,47%, sobre 6,43% na semana anterior.
A perspectiva continua rondando o teto da meta do governo, que é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. O Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, vê cenário ainda pior, com o IPCA estourando o teto da meta, a 6,58%, ainda que 0,04 ponto percentual abaixo da pesquisa anterior. Em relação aos próximos 12 meses, os economistas elevaram a perspectiva para a inflação a 5,96%, ante 5,88%.
Selic
O recente alívio nos preços dos alimentos que ajudou o IPCA-15 - prévia da inflação oficial - a desacelerar a alta a 0,58% em maio pavimentou ainda mais o caminho para o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC parar de subir os juros básicos na reunião de quarta-feira.
De olho no controle da inflação, o BC tirou a Selic ao longo de um ano da mínima histórica de 7,25% para os atuais 11%. Mas já deu várias sinalizações de que deve parar com o aperto monetário agora, destacando que a pressão na inflação dos alimentos seria temporária.
Ainda assim, os agentes econômicos consultados na pesquisa Focus veem nova alta de 0,25 ponto percentual na Selic em dezembro, após a eleição presidencial. Assim, a taxa básica de juros encerraria o ano a 11,25%, projeção que não sofreu alteração. Pesquisa da Reuters apontou que 48 de 58 economistas consultados esperam manutenção esta semana, com os outros 10 vendo nova elevação de 0,25 ponto percentual.
Para 2015, os economistas consultados no Focus reduziram a perspectiva para a Selic a 12,0%, ante 12,25% na pesquisa anterior. Sobre a expansão da atividade econômica, a perspectiva para este ano sofreu ligeiro ajuste. Os economistas veem agora crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,63%, 0,01 ponto percentual a mais.
As atenções voltam-se agora para a divulgação na sexta-feira dos números do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas) do primeiro trimestre. Outra pesquisa da Reuters mostrou que a expectativa é de perda de força nos três primeiros meses do ano, com crescimento de 0,2 por cento sobre o quarto trimestre do ano passado.
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