Economistas de instituições financeiras elevaram a perspectiva de inflação para este ano a 6,11%, 0,10 ponto percentual acima do que na semana passada, aproximando a taxa do teto da meta do governo, diante de sinais de aceleração dos preços. A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou ainda que os economistas melhoraram levemente a perspectiva de crescimento da economia para este ano a 1,70%, ante 1,68% na semana passada.
Em fevereiro, o IPCA acelerou a alta a 0,69%, um pouco acima do esperado, e, em 12 meses, chegou a 5,68%, segundo dados divulgados na semana passada. Para março, a pesquisa também aponta aceleração dos preços para 0,62%. Na pesquisa da semana anterior, a estimativa estava em 0,56%.
A deterioração da expectativa de preços ocorre num momento em que o Banco Central desacelerou o processo de aperto monetário. Na última reunião do Copom, o BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%, deixando a porta aberta para mais uma alta. Até agora a Selic já foi elevada em 3,50 pontos percentuais e a expectativa é de mais uma alta de 0,25 ponto, para 11% ao ano.
Apesar disso, a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses no Focus foi mantida em 6,12%. A meta de inflação é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Para 2015, a projeção de inflação foi mantida em 5,70%.
Selic e PIB
O Focus mostrou que os economistas mantiveram a expectativa para a Selic neste ano em 11,00%, com a perspectiva de nova elevação de 0,25 ponto percentual na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom).
Já, o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, continua vendo maior aperto monetário. A mediana das projeções é de Selic a 11,75% no final de 2014, inalterado ante a semana anterior. Para 2015, mantiveram a projeção de Selic a 12,0%.
A projeção de crescimento econômico levemente superior neste ano ocorre após sinais de que a atividade começou 2014 num ritmo mais forte. Na semana passada, dados melhores do que o esperado indicaram um certo fôlego no início deste ano, mas não o suficiente para mudar as expectativas de que a economia vai desacelerar neste ano sobre 2013, quando o PIB avançou 2,3%.