Economistas de instituições financeiras pioraram suas projeções para o crescimento da economia e a inflação neste ano, ao mesmo tempo em que deixaram inalterado o cenário para a taxa básica de juros em 2014 mas reduziram a perspectiva para 2015 pela segunda vez seguida.
De acordo com pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano agora é de apenas 0,48%, ante 0,52% na semana passada, chegando a 15 semanas seguidas de queda das projeções. O ano de 2015 deve mostrar recuperação da economia, e a projeção de crescimento foi mantida em 1,10%.
Os analistas consultados também elevaram a perspectiva para a alta do IPCA em 2014 em 0,02 ponto percentual, para 6,29%. A alta dos preços não arrefece em 2015, com o IPCA terminando o ano no mesmo patamar.
A inflação oficial brasileira acelerou para 0,25% em agosto e em 12 meses voltou a estourar o teto da meta do governo ao acumular 6,51%. A perspectiva no Focus para os preços administrados neste ano subiu a 5,10%, contra 5,05% na semana anterior, enquanto para 2015 permaneceu em 7,00%.
Já para os próximos 12 meses o Focus mostrou que os analistas consultados mantiveram a perspectiva de alta do IPCA de 6,24%. O Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, calcula que o IPCA ficará em 6,28% em 2014, contra 6,34%, e terminará 2015 a 6,40%, ante 6,48%.
Já em relação à política monetária, a perspectiva no Focus é de que a Selic encerrará este ano nos atuais 11,00%, nível em que foi mantida pela terceira vez seguida na semana passada.
Ao anunciar a decisão, o BC sinalizou que não pretende mexer na política monetária no curto prazo, e os economistas no Focus continuam vendo que o início de novo ciclo de aperto monetário será em março que vem, porém agora com alta de 0,25 ponto percentual, e não mais 0,50 ponto como antes.
Para o final de 2015, eles reduziram a projeção para a taxa básica de juros pela segunda vez seguida, para 11,63% na mediana das projeções contra a 11,75% anteriormente. Por sua vez, o Top-5 de médio prazo vê a Selic a 11,00% este ano e a 12,00% no próximo, projeções inalteradas ante a pesquisa anterior.