O grupo Ecorodovias levou nesta quinta-feira a concessão de 92 quilômetros de rodovias que ligam São Paulo a cidades no oeste da região metropolitana do Estado, reunidas no projeto "Nova Raposo", em leilão organizado pela B3.
O grupo ofereceu 47.117,67% de ágio sobre o valor mínimo da outorga de 4,6 milhões de reais, o equivalente a 2,19 bilhões de reais. Com isso, levou um contrato de 30 anos para administrar movimentados trechos de rodovias que atualmente estão sob gestão da Via Oeste, concessionária da CCR, até o início de 2025.
Além da Ecorodovias, participaram do leilão os grupos de concessões de infraestrutura de transporte CCR, EPR e Via Appia.
A CCR propôs uma outorga fixa de 1,04 bilhão de reais, enquanto a oferta da EPR foi de 1,17 bilhão de reais e a Via Appia ofertou uma outorga fixa de 477 milhões de reais.
O certame não foi para a etapa de lances a viva voz, uma vez que a diferença entre as ofertas válidas era 5% superior em relação à proposta do primeiro colocado.
"É um ativo importante, a gente estudou muito bem", afirmou o presidente-executivo da Ecorodovias, Marcello Guidotti, na abertura da cerimônia de batida de martelo do leilão na B3.
"Estamos comprometidos, queremos realmente fazer a diferença... Estamos seguros do nosso lance, estamos seguros dos estudos e vamos em frente", completou.
A obrigação de investimento ao longo do contrato da Nova Raposo, que também inclui estradas administradas pelo Estado de São Paulo, é de cerca de 8 bilhões de reais. As rodovias incluem os primeiros quilômetros da Raposo Tavares, ligando São Paulo a Cotia (SP), e da Castello Branco, conectando São Paulo a Barueri (SP), além de trechos entre as cidades de Cotia e Embu.
Segundo a CCR, o sistema Castello-Raposo é a principal ligação entre a capital e o oeste paulista, por onde passam diariamente cerca de 720 mil veículos.
O leilão ocorreu cerca de um mês depois que a CCR venceu a concessão do sistema rodoviário Rota Sorocabana, também no Estado de São Paulo, com oferta de 1,601 bilhão de reais, comprometendo-se com o investimento de 8,8 bilhões de reais ao longo do contrato de 30 anos.
O certame encerra uma série de leilões realizados pelo governo de São Paulo este ano.
Por volta de 17h05 (horário de Brasília), as ações da Ecorodovias caíam 13,64%, nas mínimas do pregão, enquanto o papel da CCR perdia 4,99%.