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Em ata, Banco Central sinaliza possibilidade de corte de juros em agosto

O Copom deixar inalterada a Selic em 13,75% ao ano em reunião na semana passada

27 jun 2023 - 08h22
(atualizado às 08h40)
Banco Central
Banco Central
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

O Banco Central sinalizou nesta terça-feira, 27, que a maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) vê a possibilidade de iniciar o afrouxamento monetário na próxima reunião, em agosto, enquanto a minoria optou por uma postura mais cautelosa.

Segundo a ata do último encontro, divulgada nesta terça, houve uma divergência de opiniões em relação à sinalização dos próximos passos. "A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", apontou a ata.

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De acordo com o BC, outro grupo mostrou-se mais cauteloso, enfatizando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário até então implementado.

"Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo", completou a ata.

O BC decidiu deixar inalterada a Selic em 13,75% ao ano em reunião na semana passada, e manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem indicar intenção de cortar juros em agosto, como esperava o mercado financeiro.

A decisão voltou a ser alvo de críticas do governo, destacadamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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A ata reafirmou ainda que os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica; das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo; de suas projeções de inflação; do hiato do produto e do balanço de riscos.

A ata ainda repetiu que a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia.

O BC volta aos holofotes na quinta-feira, quando divulgar seu Relatório Trimestral de Inflação com novas projeções sobre a economia, mesmo dia em que o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para estabelecer a meta de inflação para 2026.

O mercado especula ainda sobre a possibilidade de o CMN determinar que o BC siga objetivo de inflação sem um prazo determinado. Atualmente, a autarquia trabalha com a meta por ano-calendário.

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