O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta quinta-feira, 6/10, durante um ato no Palácio da Alvorada, uma nova etapa de um programa da Caixa para renegociação de dívidas. De acordo com ele, serão contempladas quase 4 milhões de pessoas e 400 mil empresas. A informação foi dada durante um ato de campanha à reeleição, em que estavam presentes governadores e parlamentares eleitos no último domingo, convocados para apoiar sua candidatura.
Os descontos para a regularização dos débitos podem chegar a 90%. O anúncio oficial deve ser feito pela presidente do banco, Daniella Marques, na tarde desta quinta, em São Paulo. "A Caixa Econômica parece que é até um ministério de tanto que faz para a população como um todo", afirmou Bolsonaro, no Alvorada.
"O momento está aí, cada minuto é importante. É o convencimento, não é com mentiras que a gente vai ganhar. Vocês vão estar com a Dani hoje à tarde, é isso? Ela vai anunciar um programa 'Vá para o azul'. É um programa que vai… eu vou adiantar um pouco, vou trair a Dani aqui, ela autorizou", disse o presidente, em referência à presidente da Caixa.
"É um programa que vai mexer com a renda de quase 4 milhões de pessoas que têm dívida na Caixa Econômica e 400 mil empresas que têm dívida na Caixa Econômica. O programa dela é o seguinte: quem tem dívida, vai para a negociação, pode ser perdoado em até 90%, além do programa que ela tem sobre mulheres empreendedoras, a mulher humilde vai lá, pega o microcrédito e monta seu negócio", emendou o candidato à reeleição.
Na largada do segundo turno das eleições, Bolsonaro aposta na economia para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem dar detalhes, o chefe do Executivo também prometeu anunciar o 13º para mulheres que recebem o Auxílio Brasil. Na avaliação da campanha, com quase um mês até a definição da disputa, o chefe do Executivo ainda tem espaço para crescer no eleitorado de baixa renda no Nordeste, principalmente feminino.
Apoios e pedidos de votos
No evento, Bolsonaro recebeu o apoio de governadores e parlamentares que foram eleitos no último domingo, incluindo o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "O Brasil vai ter a oportunidade, neste segundo turno, de escolher entre dois modelos bastante antagônicos. E ao povo vai caber essa escolha", disse Lira, ao lado do presidente. "O Congresso que foi eleito pelos brasileiros - Senado e Câmara - foi feito pela permanência da manutenção do governo Bolsonaro para os próximos quatro anos".
Em pronunciamento na residência oficial do presidente, Caiado disse que tem formação democrática "assim como Bolsonaro". "Em nome do povo goiano, eu venho aqui trazer e declarar o apoio à reeleição de Vossa Excelência por motivos claros. Primeiro, graças à parceria que nós fizemos na regionalização da saúde, algo jamais visto no nosso Estado", justificou o governador, ao citar também as áreas de educação, infraestrutura e segurança pública, além do "respeito ao dinheiro público".
Um eventual segundo mandato de Bolsonaro foi endossado também pelos governadores de Roraima, Antonio Denarium (PP), do Acre, Gladson Cameli (PP), de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). Os cinco foram reeleitos no primeiro turno e apoiaram o governo ao longo do mandato de Bolsonaro.
Na pandemia de covid-19, o presidente chegou a entrar em conflito com Caiado. O governador de Goiás criticou declarações negacionistas de Bolsonaro em 2020 e afirmou que o chefe do Executivo não poderia "lavar as mãos" na crise sanitária. A principal divergência entre os dois era sobre as medidas de isolamento social, das quais Bolsonaro discordava.
Nesta quarta-feira, 5, o chefe do Executivo recebeu o apoio dos governadores reeleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), além de integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) do Congresso, chamada de bancada ruralista.
No dia anterior, Bolsonaro recebeu no Alvorada os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), além do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou de fora do segundo turno da eleição no Estado.