João Fellet
Da BBC Brasil em Washington
Joaquim Levy e Christine Lagarde no encontro dos Brics em Washington
Em reunião nesta quinta-feira à margem de um encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, autoridades dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deram passos para que o Novo Banco de Desenvolvimento do bloco passe a operar no início de 2016.
Segundo um funcionário do ministério da Fazenda, os ministros dos Brics decidiram criar uma entidade jurídica provisória para acelerar a fundação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que terá sede em Xangai, na China.
O objetivo é deixar o banco pronto para operação mesmo antes de sua criação formal, que ainda depende da ratificação pelos Congressos de todos os países membros. Participaram da reunião o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
O banco dos Brics terá fundos de US$ 100 bilhões (R$ 906 bilhões) e financiará obras de infraestrutura em países pobres e emergentes.
Representantes do bloco também se comprometeram a indicar até o fim deste mês os executivos que vão dirigir a instituição, que será presidida pela Índia. O Brasil indicará o presidiente do conselho administrativo do banco.
Ajuste fiscal
Antes do encontro com os colegas dos Brics, o ministro Joaquim Levy se reuniu com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
Em entrevista, ela citou o Brasil como um dos países emergentes que estão enfrentando mais dificuldades na economia.
Mas Lagarde elogiou o ajuste fiscal em curso no país e disse que o Brasil pode voltar a crescer no ano que vem caso "políticas confiáveis" sejam adotadas adequadamente.
O FMI prevê que a economia brasileira encolherá 1% neste ano.
Levy também se encontrou em Washington com o diretor do Banco Mundial, Jim Yong Kim. Segundo um funcionário do ministério da Fazenda, Levy pediu apoio do banco para o financiamento de obras de infraestrutura no Brasil.
Levy fez o mesmo pedido a gestores de fundos de investimento com que se reuniu na sequência.
O ministro se encontrou ainda com o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, quando discutiram a visita que a presidente Dilma Rousseff fará a Washington no fim de junho.
Levy deve ficar em Washington até o sábado, quando se encerra o encontro do FMI. No domingo ele viaja a Nova York, onde passa mais dois dias antes de regressar ao Brasil.