Gabriel Galípolo, indicado por Lula para a presidência do Banco Central, reforça sua independência em discurso no Senado.
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo reforçou que deve chegar ao cargo sem amarras, caso seu nome seja aprovado pelo Senado. O atual diretor de política monetária do órgão é sabatinado pela casa legislativa na manhã desta terça-feira, 8.
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Em sua fala de abertura, Galípolo buscou arrefecer os boatos de que poderia haver alguma interferência do presidente Lula no BC em seu mandato como presidente do órgão.
"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões, e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Que cada ação e decisão deve, unicamente, ao interesse do bem-estar de cada brasileiro", afirmou.
Galípolo começou seu discurso agradecendo a oportunidade de estar sendo sabatinado pelos senadores e senadoras.
"É uma grande honra, mas acima de tudo, por tudo que a gente acabou de comentar, uma enorme responsabilidade que eu tenho. Primeiro pela atribuição que compete à autoridade monetária, de ser o guardião da moeda, uma instituição cuja confiança depositada é um dos pilares centrais da sociedade civil organizada como nós conhecemos", disse.
"Essa responsabilidade é amplificada pelos desafios impostos pela quadra histórica que a gente vive, mas também pela confiança que é depositada em mim e em toda a diretoria do Banco Central", complementou.
O economista, então, citou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de "amigo" e agradecendo pelo convite feito em 2022 para que fosse secretário executivo da pasta.
Galípolo também mostrou estar alinhado às decisões tomadas pelo Conselho de Política Monetária Nacional (Copom) nesta gestão, que foram alvo de críticas pelo governo Lula. Segundo o indicado à cadeira de Roberto Campos Neto, "a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na perseguição da meta de inflação".
"Eu sei também que como sociedade a gente se frustra pelos avanços em ritmo mais lento e trajetória menos linear do que a gente deseja. Mas eu penso que os avanços e bloqueios observados correspondem aos pesos e contrapesos próprios do processo democrático e o tempo necessário para o debate público e a construção de consenso. E eu prefiro sempre as dores do processo democrático do que as falsas promessas de atalho", disse Galípolo.
Quem é Gabriel Galípolo