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Empreendedorismo popular: sonho vira realidade nas favelas

Sebrae atua no apoio à formalização, na capacitação e orientação dos empreendedores

6 nov 2023 - 06h25
(atualizado às 11h26)
Na Rocinha, Carlos Pedro fundou a Carteiro Amigo
Na Rocinha, Carlos Pedro fundou a Carteiro Amigo
Foto: Sebrae / Reprodução

Cerca de 5,2 milhões de empreendedores. Essa é a quantidade de donos de pequenos negócios que vivem nas mais de 13,5 mil favelas de todo o país. Os dados fazem parte da pesquisa Data Favela 2023. O levantamento também observou que o maior sonho profissional para 35% das pessoas que vivem nessas comunidades é abrir o próprio negócio. O Sebrae ressalta o seu papel na capacitação e estímulo ao empreendedorismo nessas regiões que reúnem cerca de 18 milhões de habitantes.

"Trabalhamos, em todo país, com o empreendedorismo popular com projetos de inclusão produtiva. São ações efetivas que permitam que essas famílias possam superar as dificuldades. Dessa forma, com geração de emprego e renda. É preciso criar oportunidades para que se tornem ativamente produtivos e capazes. O Sebrae atua para que a população que está na favela também realize o seu sonho de empreender", disse Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.

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Expo Favela

Neste ano, o Sebrae realizou diferentes edições locais da Expo Favela, uma feira de negócios que reuniu e deu visibilidade para empreendedores e startups das comunidades. Além disso, esse foi um espaço para tirar dúvidas sobre formalização e regularização do Microempreendedor Individual (MEI), precificação, gestão do tempo e planejamento, entre outros temas. 

“Em um evento com esse porte, conseguimos apresentar e conhecer novas empresas e ter contato com empreendedores de diferentes comunidades”, comenta Anderson Marcelo, empresário da Delivery de Favela, do Rio de Janeiro.

“Os empreendedores de favelas são sedentos por oportunidades para alavancar seus negócios. Em todas as atividades do Sebrae houve uma rotatividade alta porque esses empresários estavam em busca de conhecimento”, explica Carla Panisset, coordenadora de Empreendedorismo Social do Sebrae Rio.

Comunidade Sebrae

Na cidade carioca também é realizado o projeto Comunidade Sebrae, que está atualmente em 18 favelas, totalizando mais de 100 comunidades. Já são mais de 41 mil atendimentos com foco em oferecer oportunidades para uma economia competitiva, inclusiva e sustentável.

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O empresário Carlos Pedro da Silva, um dos fundadores da empresa Carteiro Amigo, conta que há 21 anos trabalha com o Sebrae no Rio de Janeiro. A empresa é responsável pela distribuição e digitalização de postagem e entregas nas favelas da capital carioca. “Com a orientação do Sebrae, conseguimos otimizar o tempo, o espaço, conseguimos mudar o local da loja. Tudo isso representou uma grande mudança na rotina do nosso negócio”, destaca.

Além disso, com a experiência de conhecer as principais dificuldades de quem empreende em favelas, o Sebrae Rio também promoveu o programa gratuito Top Empreendedor. Por meio de capacitações e consultorias, os participantes conheceram práticas do mercado para aprimorar a gestão do negócio.

Projetos sociais e jornada empreendedora

Saindo das ações para as comunidades cariocas, o Sebrae também atua no Morro das Pedras, da Região Oeste de Belo Horizonte. Por lá, as empreendedoras locais criaram a “Barbie” do morro. Essas mulheres fazem parte do projeto Ully – uma ação social que incentiva o empreendedorismo feminino na comunidade com o apoio do Sebrae Minas. A iniciativa, que oferece cursos e oficinas de panificação, costura, crochê, beleza e estética, foi apresentada na Expo Favela Minas.

“Queremos prepará-las para que possam ser donas de suas próprias vidas, sejam mais independentes e ganhem autoestima para que sigam em frente, criem seus filhos e tenham uma opção de sustento para suas famílias”, explica Eliete Jesus dos Santos, idealizadora do projeto que transforma a vida de 800 mulheres.

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O grupo Famílias Empreendedoras do Bairro Coqueiros, também na capital mineira, que atende 40 moradores das comunidades da região Noroeste, foi outra que recebeu atenção do Sebrae Minas. Carmen Lúcia de Matos Barcelos, idealizadora do grupo, passou pela Jornada Empreendedora e junto a outras quatro mulheres, criou uma feira de expositores sempre no segundo domingo do mês. 

“As orientações ajudaram a ampliar minha visão sobre os negócios e de como poderia transformar o lugar onde moro desde 1976”, explica Carmem.

O professor Miltinho Souza, da comunidade Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte, é outro que foi capacitado por meio da Jornada Empreendedora. Antes atuando como professor particular, hoje ele treina docentes recém-formados e estudantes da comunidade, ensinando sua técnica criada a partir da experiência que teve em estudar com a filha. Com o Sebrae ele recebeu orientações sobre planejamento, marketing digital, precificação e atendimento ao cliente, além de consultorias individuais para estruturação de um novo modelo de negócio.

Agora, além das aulas e para estimular o empreendedorismo na comunidade, Miltinho também teve a ideia de comercializar, no local onde ensina, produtos feitos pelos pais dos alunos. 

“A gente aprende ensinando. Meu objetivo é ajudar as pessoas que têm dificuldade com a matemática, por exemplo, para que aprendam e possam ensinar. Além disso, por meio de parcerias estratégicas, conseguimos também oferecer novas oportunidades e expectativas de vida para os moradores da comunidade”, justifica o professor.

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Projeto Ully, ação social no Morro das Pedras, em Belo Horizonte
Foto: ASN/MG

A programação da Jornada Empreendedora, criada em 2019, inclui seis palestras sobre os temas: como se tornar microempreendedores individuais (MEI), vantagens da formalização e do cooperativismo, como potencializar as vendas pelas redes sociais, controle financeiro, fluxo de caixa, precificação de produtos, criação de modelos de negócios e como melhorar o atendimento e fidelizar clientes.

Projeto Mães da Favela 

O Projeto Mães da Favela foi criado pela Central Única das Favelas (CUFA) e tem o apoio do Sebrae. O objetivo é levar renda e auxiliar todas as mães “solo” que vivem nas favelas dos 17 estados do Brasil e do Distrito Federal.

Fonte: Sebrae

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