A PriceWaterhouseCoopers (PwC), auditora dos resultados financeiros da Petrobras, recusou-se a aprovar o balanço do terceiro trimestre da petroleira e exigiu mais investigações internas sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro na estatal, segundo reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Na sexta-feira, uma reunião do Conselho de Administração da Petrobras foi suspensa e remarcada para a próxima terça-feira. Não se sabe o motivo da interrupção. A expectativa do mercado é de que os conselheiros decidam um possível aumento dos preços dos combustíveis na reunião.
De acordo com o jornal, o Conselho da Petrobras - presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega - passou a reunião discutindo a pressão da PwC para ampliar as investigações internas. A auditoria negou-se a liberar o balanço da companhia e ameaçou envolver órgãos reguladores e a Justiça dos Estados Unidos.
Até agora, o Conselho da Petrobras não avaliou o balanço da Petrobras. O prazo legal para a divulgação dos resultados de companhias abertas é 14 de novembro.
Representantes da Petrobras e da PwC não estavam disponíveis para responder questionamentos feitos pela Reuters. Ao Estado, a empresa de auditoria informou que não comenta a situação de seus clientes.
As denúncias de desvio de dinheiro surgiram durante investigações da Polícia Federal no âmbito da chamada operação Lava Jato, que prendeu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em um acordo de delação premiada, Costa disse à PF que durante anos grandes empresas fecharam com a Petrobras contratos que tinham sobrepreço médio de 3 por cento, e que a maior parte desse dinheiro foi repassada ao PT e alguns de seus aliados.