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Empresário expulso de padaria por usar notebook é preso em operação da PF contra fraude de criptomoedas

Alan Deivid de Barros foi preso temporariamente nesta terça-feira, 27; defesa nega envolvimento dele nos crimes investigados pela PF

29 fev 2024 - 13h45
(atualizado às 13h48)
Alan Deivid de Barros
Alan Deivid de Barros
Foto: Reprodução/Instagram:@oallanbarros

O empresário Alan Deivid de Barros, que foi expulso de uma padaria em Barueri (na Grande São Paulo) por usar notebook, foi preso temporariamente nesta terça-feira, 27, em Curitiba, durante uma operação da Polícia Federal que investiga suspeitos de integrarem uma organização crimisosa que atua em projetos fraudulentos relacionados à criação de criptomoedas e NFTs (“Non Fungible Tokens”). A defesa nega envolvimento dele nos crimes. 

Alan já havia repercutido nas redes sociais em janeiro deste ano, após ser ameaçado pelo dono de uma padaria por estar usando um notebook na mesa de um estabelecimento. Conforme noticiado à época pelo jornal Folha de São Paulo, um comunicado no comércio avisava quer era proibido o uso de equipamentos eletrônicos, para que a pessoa não ficasse ocupando o lugar de outros clientes. A polícia foi acionada na ocasião e o empresário registrou notícia crime por ameaça. 

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Agora, o empresário foi preso pela Polícia Federal em uma investigação que apura uma possível organização criminosa, baseada em Balneário Camboriú (SC), que teria desenvolvido diversos projetos interligados, pelos quais os investidores adquiriam uma criptomoeda criada pelo grupo com suposto valor vinculado a supostas parcerias com empresas, prometendo altos lucros por meio de corretoras de criptomoedas. O lançamento foi promovido em uma feira de criptoativos em Dubai.

A organização também é suspeita de, posteriormente, passar a atuar na comercialização de franquias de mobilidade urbana, o que continua sendo divulgado pelos integrantes. "Foram identificadas aproximadamente 22 mil vítimas no Brasil e no exterior e perdas no valor aproximado de R$ 100 milhões de reais", informou a PF ao Terra.

Os suspeitos responderão pela prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas totais previstas podem chegar a 28 anos de reclusão.

A investigação foi iniciada após análise de denúncias recebidas pelo canal oficial da Polícia Federal em Itajaí para tratamento de informações sobre pirâmides financeiras. 

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Na ação, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Itajaí, Balneário Camboriú, Curitiba e Londrina. Também foram executadas medidas de sequestros e bloqueios de bens de cinco pessoas e três empresas.

O que diz a defesa

Em nota enviada ao Terra, o advogado do empresário, Leonardo Bueno Dechatnik, afirma que Allan é inocente e que a defesa tem mantido uma postura colaborativa com as autoridades, buscando esclarecer os fatos da forma mais transparente e eficaz.

De acordo com ele, o processo corre em segredo de Justiça, o que o impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. 

"Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas. Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial", afirmou o advogado.

A defesa ainda alega que o empresária e sua empresa nunca foram objeto de processos por parte de

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investidores. Ademais, no relatório policial, identifica-se o caso de um indivíduo que se passou por vítima, mas que cometeu furtos de ativos virtuais da empresa e admitiu ter hackeado a plataforma. Sua confissão foi devidamente documentada em ata notarial, que foi anexada ao Boletim de Ocorrência e à notícia-crime, apresentada à delegacia de crimes cibernéticos de Curitiba", acrescenta Dechatnik.

Quanto à alegação de que os recursos subtraídos alcançam o valor de R$ 100.000.000,00, o advogado afirma que a conclusão para chegar na quantia "foi baseada em evidências frágeis como capturas de tela de conversas em aplicativos de mensagens e comentários não verificados".

"Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade. A defesa está atuando de maneira criteriosa no acompanhamento da operação, e medidas judiciais estão sendo adotadas para corrigir o que consideramos ser uma arbitrariedade", afirmou o advogado.

Fonte: Redação Terra
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