A Enel, a principal empresa da Bolsa italiana, enfrenta um cenário desafiador devido à sua dívida de 60,2 bilhões de euros. Com um valor de mercado de 61 bilhões de euros (cerca de R$ 329 bilhões de reais na cotação atual), a empresa está sob crescente escrutínio, especialmente após cortes de energia em várias capitais da América Latina, incluindo São Paulo.
A dívida atual da Enel alcançou R$ 324 bilhões, superando seu valor na Bolsa italiana. Isso resultou em uma queda de mais de 50% em suas ações desde 2021. Apesar de vender alguns ativos para mitigar a situação, a queda ainda é de 30% nos últimos três anos.
Embora rebaixada pelas agências de classificação de risco, a Enel registrou um aumento de 12% no lucro principal no ano passado, com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 22 bilhões de euros (R$ 118,8 bilhões) em 2023.
Operando em 29 países, a Enel auta nos Estados Unidos, Europa, América Latina, África, Rússia, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
No Brasil, distribui energia em parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. A América Latina representa 25,5% dos clientes finais da empresa, sendo o Brasil e o Chile seus maiores mercados.
Além disso, a Enel enfrentou uma condenação nos Estados Unidos, sendo obrigada a desmontar uma estrutura de geração de energia eólica após um processo movido pelo povo indígena Osage, que alegou falta de compensação financeira pela instalação das turbinas em suas terras.
Crise na Bolsa e nova gestão
Sob nova gestão, a Enel adotou uma abordagem de contenção, reduzindo seus investimentos em energias renováveis e cortando seu plano de investimentos.
O diretor geral, Flavio Cattaneo, expressou o compromisso da empresa em priorizar a disciplina financeira para impulsionar a geração de caixa. Cattaneo, em comunicado ao mercado no dia 16 de novembro de 2023, disse que seria adotada uma "abordagem mais seletiva em relação aos investimentos, a fim de maximizar a lucratividade e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos".