Nos últimos anos, houve um forte crescimento do número de investidores pessoas físicas no Brasil. As razões são diversas: avanço tecnológico, redução de exigências burocráticas, aumento da concorrência entre as instituições e até mesmo um maior interesse pelo tema.
O especialista em finanças pessoais e administrador de empresas João Victorino destaca, conforme dados do Banco Central, o alto volume financeiro investido, por brasileiros, no exterior ― e a ascensão das plataformas e corretoras nacionais que buscam oferecer acessos ao mercado estrangeiro.
Mas, será que esse movimento é benéfico para o investidor brasileiro? João aponta as vantagens e as desvantagens de se investir no exterior.
As vantagens
- • Diversificação geográfica
“Investindo no exterior, o brasileiro tem a possibilidade de acessar diferentes mercados, empresas e índices que não estejam atrelados a indicadores da economia brasileira. Isso pode funcionar como proteção ao investidor em relação ao nosso mercado que, sabemos, tem momentos de muita volatilidade”, diz ele.
- • Acesso a empresas e a mercados globais
Chance de investir em qualquer empresa de capital aberto no mundo, realizando de modo direto por meio da compra dos ativos nas corretoras com acesso a índices e bolsas estrangeiras e, também, a outros investimentos que existem nesses mercados ― por exemplo renda fixa.
“É importante lembrar que a nossa bolsa local oferece BDRs (recibos de empresas estrangeiras negociadas no Brasil) nos quais podemos investir com nossas contas em corretoras nacionais mesmo”, explica o especialista.
- • Menor exposição ao Real e ao risco-país
“Os investimentos não ficam mais tão dependentes dos acontecimentos internos relacionados à política e das decisões econômicas locais”, completa ele.
Pontos de atenção que podem virar desvantagens
- • Avalie o investimento
O investidor que estiver pensando em alocar parte de seus recursos fora do país, não deve iniciar o movimento apenas porque a prática está na moda.
“É preciso saber o que está fazendo, realizar a mudança sem estudar os motivos que o levam a fazer a escolha pode ser uma ideia arriscada. É importante fazer o investimento alinhado com sua estratégia de longo prazo e com seus planos, não somente investir no que está na moda.”
- • Estude a melhor época para se investir
No final de 2021, muitas pessoas propagavam a possibilidade de investir no exterior como algo naturalmente melhor e sempre mais seguro do que investir no Brasil.
“Por isso é importante estudar a melhor época para entrar neste barco. O estudo e a capacidade independente de analisar notícias é muito importante: em 2021 estávamos em um momento de final de ciclo de alta das ações nos EUA, onde muitos ativos surfaram a onda de queda de juros para enfrentar os desafios da pandemia”, pontua o especialista.
João aponta que é recomendável ao investidor que quer deixar parte de seu patrimônio em ativos no exterior começar a entender mais profundamente a dinâmica daquele ambiente.
“Entendendo a dinâmica, você consegue ter mais confiança nas tomadas de boas decisões”, finaliza ele.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.