A gamificação, derivada do termo "gamification," está conquistando terreno em áreas tão diversas quanto educação e empresas. Essa abordagem introduz elementos de design e mecânicas de jogos em contextos não relacionados, buscando engajar, motivar e influenciar comportamentos. Através dessa estratégia inovadora, a gamificação transforma atividades potencialmente monótonas em experiências envolventes, aproveitando a diversão inerente aos jogos.
Segundo pesquisadores renomados, Kevin Werbach e Dan Hunter, a gamificação é composta por três categorias interligadas: elementos dinâmicos, mecânicos e componentes.
Elementos dinâmicos: a essência da experiência
Esses elementos constituem a base do sistema de jogos, essenciais para manter o interesse dos participantes. Eles incluem emoções, narrativa, progressão, relacionamentos e restrições.
Elementos mecânicos: estruturando a participação
Influenciados pelas limitações do jogo, esses elementos guiam as ações dos participantes. Eles abrangem aquisição de recursos, avaliação, feedback, chance, cooperação, competição, desafios, recompensas, transações, turnos e vitória.
Componentes da gamificação: tornando a experiência tangível
Esses componentes concretizam os elementos da gamificação, tornando a experiência palpável, tais como: avatar, bens virtuais, coleção de itens, conquistas, conteúdos desbloqueáveis, emblemas, gráfico social, missão, níveis, pontos, presentes, ranking e formação de equipes.
Explorando perfis de engajamento
Entender os arquétipos de jogadores é fundamental para direcionar o engajamento e suas ações. Eles incluem socializadores, exploradores, conquistadores e assassinos.
A influência da gamificação no mundo corporativo
De acordo com a empresa de pesquisa Newzoo, temos aproximadamente 3,3 bilhões de pessoas que jogam ao redor do mundo. No Brasil, estima-se que 70,1% das pessoas jogam independentemente do tipo de dispositivo e possuem idade média entre 25 e 34 anos, conforme dados da Pesquisa Game Brasil. Em um mundo onde bilhões de pessoas já estão envolvidas em jogos, a gamificação surge como uma ferramenta poderosa no mundo corporativo e torna-se evidente que esta abordagem é muito mais do que uma tendência passageira.
Ao integrar elementos lúdicos ao ambiente de trabalho, as empresas desencadeiam um ciclo virtuoso de engajamento, aprendizado eficiente e colaboração intensificada. Essa abordagem, aplicada aos processos de treinamento, não apenas reconfigura a rotina dos colaboradores mas também estabelece um cenário organizacional vibrante e orientado para resultados. Diante dessas constatações, fica claro que a gamificação é uma estratégia transformadora que permanecerá como um pilar fundamental no aprimoramento das práticas corporativas.
(*) Danilo Parise é CEO e co-fundador da Ludos Pro, plataforma de gestão de aprendizagem corporativa gamificada.