O Congresso discute lei para garantir paridade salarial entre homem e mulher. Multiplicam-se iniciativas para a maior inserção da mulher no mercado de trabalho. Abundam programas nas grandes empresas para impulsionar a ascensão da mulher a cargos de chefia.
Não faltam no mundo corporativo e acadêmico encontros, palestras, seminários, debates e estudos sobre o tema. Tudo ótimo e necessário.
É fato que a brasileira trabalha mais e ganha mais que pouco tempo atrás. É exatamente por isso que as mulheres passaram os homens como “responsáveis pela família”, a pessoa que tem a maior remuneração no lar.
Já são 50,9% do total. Este número cresceu 72,9% entre 2012 e 2022, passando de 22 para 38 milhões de lares. Uma década fez muita diferença.
Este número está em um novo e importante estudo realizado pela economista Janaína Feijó, do FGV-Ibre. Que traz muitos outros dados de apertar o coração. A jornalista Marsilea Gombata, do “Valor Econômico”, escreveu poderosa matéria sobre o tema. Este gráfico faz parte da reportagem.
Os números mais dolorosos são os que tratam das "mães solo”, as mulheres que criam sozinhas seus filhos. Elas têm menos emprego, menos renda e salários mais baixos que as mulheres casadas. E também do que os pais solo e pais casados.
São as mulheres em situação mais frágil. Quase um terço tem zero de renda. É uma questão de estudo? É. Mas outros elementos pesam nesta equação: classe social, fé, gênero e racismo.
Muito já se romantizou a mãe solo, "produção independente" e tal. A realidade econômica se impõe e está longe dos contos de fadas. Este vídeo discute as razões porque tantas mulheres enfrentam um cotidiano tão difícil ― e como evitar que este drama se perpetue no futuro.